domingo, 20 de janeiro de 2013

Minha autobiografia



Minha autobiografia
By Josimara Neves

Sou uma alma invernal num coração veraneio
Sou um coração pueril numa alma senil
Sou a disposição da força juvenil!
Sou uma mulher perdida no seu próprio devaneio!

Sou intensa e agitada
Sou alguém que corre contra o tempo
Tem pressa de viver, e não quer perder nada!
Aproveito cada momento, valorizo o tempo!

Sou tão complexa quanto confusa
Tão estranha quanto esquisita
Tão superficial quanto profunda
Sou uma alma que fecunda!

Sou atípica porque assim me fizeram acreditar
Sou alguém que senta em qualquer lugar e começa a chorar
Sou interessante tanto quanto extravagante
Sou uma mulher excitante!

Sou engraçada e bem humorada,
Também sou divertida, mas quase sempre, incompreendida!
Sou uma mulher multifacetada, conjugo o verbo no singular
Mas meu mundo interior é pluralizado, não consigo mudar!

Sou aqui e agora, mas vivo no tempo de outrora
Sou passado, presente e futuro: tudo junto e misturado!
Sou uma pessoa que se junta depois de se esparramar!
Sou uma mulher no sentido figurado!

Sou incomum, mas não anormal!
Sou diferente, não sou igual!
Sou aquela que não liga para regras de etiqueta
Sou alguém que dá mais valor à ampulheta!

Sou tagarela, faladeira!
Nem me importo, falo besteira!
Sou falante, mas não sou farsante!
Sou nervosa, mas não sou uma bomba intermitente!

Sou abstrata, porém, prática!
Sou enigma, sou mistério, sou andarilha!
Sou a cifra da música, a rima do poema, o violão que se dedilha!
Pois dentro de mim existe uma visão poética!

Sou uma mulher pequena que mora dentro de um grande coração
Sou epidérmica e visceral
Sou um vulcão em erupção, uma mulher turbilhão!
Sou alguém surreal!

Sou tão frágil quanto o cristal
Tão consistente quanto uma rocha
Tão teimosa quanto uma porta
Tão irracional como qualquer animal!

Sou uma mulher de fases, de lua, de estação!
Enjôo-me facilmente de tudo
Necessito mudar de planos, explorar o mundo!
Dar conta do que jaz no meu coração.

Sou uma mulher libidinal
Tenho pulsão de vida,
Mas vivo num duelo infindável:
Eros x Tanatos: o duelo mortal!

Sou de todas as cores, mulher de muitos amores!
Cicatrizo algumas feridas
Para me livrar das dores!
E de algumas experiências vividas!

Não sou fácil de ser compreendida
Mas busco compreensão,
Por não ser entendida
Tenho  muita frustração!

Não sou do tipo que sabe de tudo
Mas disfarço bem
Não sei quase nada, mas falo de tudo como ninguém!

Sou uma pessoa e tanto
Mas o tanto não diz o quanto sou!
Sou uma e todas elas ao mesmo tempo!
Sou quem preciso ser em cada momento!

Sou Perséfone num mundo avernal
Sou Afrodite no universo sexual!
Sou Démeter com o seu lado maternal!
Sou todas as deusas com todos os seus lados!

Sou essa mulher descrita
Sou palavra que não se dita!
Sou tudo isso, porque sou geminiana!

Sou alguém cujo epitáfio estará escrito:
Aqui jaz a concretude da abstração humana, tornei-me concreta!
Tornei-me cinzas...E voltarei como Fênix, pois, aqui jaz uma alma que nasceu póstuma! Voltarei ao meu lugar ontológico e encontrarei a minha verdadeira essência!

Se sou tudo isso, o que posso querer mais?
Pra mim basta ser poeticamente incorreta!

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