domingo, 6 de julho de 2014

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Será que “ A Culpa é das Estrelas?”
Josimara Neves

Eu não sei de quem é a culpa: se é do “Cosmos”, das estrelas, das galáxias ou mesmo do infinito que, por sua extensão vaga e imprecisa, acaba nos limitando um pouco. Para ser sincera, nem sei se existem culpados. Acho que não quero transferir a responsabilidade para terceiros, não busco assassinos para a minha vida, não acho que viver seja um crime, ou mesmo, uma investigação que mereça culpabilizar pessoas, colocá-las na condição de “ réus.”
Também não acho que a essência da vida, para ser sentida e vivida, necessite unicamente de diagnósticos trágicos, àqueles que quando descobertos, já vem com o Atestado de Óbito junto, para ser melhor aproveitada.
Às vezes, sinto que a metáfora que melhor explica a forma como eu sinto, vivo e penso é a de um paciente em fase terminal, talvez isso justifique a pressa  em abraçar o que virá, tenho pressa do amanhã, sonho em abraçá-lo, sem medo de deixar algo para trás. Não gosto de deixar para depois o que posso fazer agora.
 A minha intensidade nas palavras, nas falas, no desejo de entrega, de fusão sentimental, enfim,  a minha “pulsão de vida” chega a ser hiperbólica! Sei que esse é um traço da minha personalidade que encanta, mas que também assusta, afinal, eu não sou o tipo que deixa de falar algo porque tem medo do impacto que vai causar, não deixo de viver o que quero viver só porque não sei quanto tempo vai durar, talvez por isso, hoje eu tenho as minhas histórias – únicas – para contar!
Não me importo em “viver feliz para sempre”, até porque – longe de ser masoquista – eu preciso do sofrimento, da desilusão, da frustração para alimentarem a minha poesia interna. Não gosto de sofrer, mas aprendi a sofrer e, sabe, o sofrimento é uma poesia que se escreve chorando, sofrendo, mas que – no final – vale a pena pelas estrofes que foram escritas com “rimas rimadas” em sintonia com as vivências reais!
É isso: viver é poeticamente sofrido, mas o ranço do sofrimento, diferente do que muitos pensam, não é a amargura ou mesmo, a revolta. O que sobra do sofrimento é o alívio, o retorno do direito de “respirar” de forma mais branda.
Há sofrimentos que nunca se acabam, mas que podem ser amenizados.
Há aqueles que passam, mas deixam “saudade.”
Existem sofrimentos que fortalecem quando lembrados, mas também há os que enfraquecem só de imaginar que podem voltar.
Tem sofrimento lucrativo para quem o sente, mas que se torna insuportável para quem tem que conviver com pessoas que aprendem a “ganhar” com as “chorumelas” da vida.
Sofrimento, assim como a dor, é preciso aprender a conviver com a sua presença, pois do contrário, não há espaço para a vida manifestar a sua magnitude.

Sinceramente, não sei de quem é a culpa! Nem me interessa saber, nesse momento. Só quero continuar dialogando com os meus pensamentos falantes, escutar o meu silêncio ensurdecedor. Quero ter o direito de viver sem prestar contas, sem achar que tudo merece ser compartilhado. Desejo trazer o céu para mais próximo de mim, quero viver com pessoas que acrescentam algo. Não quero me esconder no meio da multidão para me deparar com solidão aglutinada!