quarta-feira, 25 de dezembro de 2013



É hora de agradecer!
Josimara Neves

Agradecer por todas as oportunidades de crescimento!
Pelas dificuldades que nos fortaleceram!
Pelos encontros e pelos desencontros!
Pelas amizades verdadeiras!
Pelo amor, pela saúde, pela força na hora exata!

Pelas bênçãos e dádivas que foram maiores do que as dores!
Pela esperança, pelo otimismo, pelos sonhos!
Pela proteção espiritual!
Pela vida que pulsa dentro de nós!

Enfim, agradecer a Deus, por ser generoso e nos propiciar momentos de grande satisfação, amor e alegria!
Saber viver é se virar nos 30, equilibrar na corda bamba, ter dinamismo e enfrentar as surpresas da vida com a cabeça erguida e com a certeza de que o que não nos mata, nos fortalece! E o que nos fortalece,  impulsiona-nos a ir além!
Feliz Natal e que 2014 nos traga novas oportunidades de crescimento!

Carinhosamente,
Josi

domingo, 15 de dezembro de 2013



Querida Maria Clara, minha sobrinha linda!

Josimara Neves

Outro dia mesmo, você era tão pequena que nos colocava diante de nossa pequenez ao ter que cuidar de você! Nunca pensei que pouco mais que um quilo, para ser mais precisa, 1.240kg, fosse tão expressivo quanto se trata da balança existencial! Você era um “pacotinho” que precisava de nossa atenção, de nossos cuidados, do nosso melhor! E nós não sabíamos como cuidar de uma bebê tão pequena e aparentemente frágil, mas que, desde cedo,  sabia o valor de lutar para viver.
Nascida prematura, aos seis meses e meio, com os pulmõezinhos não totalmente prontos para enfrentar o mundo aqui fora, mostrou-se uma guerreirinha forte e alegre. Chorava pouco, dormia bem e nos alegrava o tempo todo: tanto no silêncio quanto nos choros; quando dormia, ficávamos de plantão olhando para ver se você acordaria logo para podermos pegá-la. No começo, dava medo, por ser tão pequenininha, mas, depois, descobrimos o prazer de ter um bebê por mais tempo, já que você se manteve assim até começar a espichar e a espichar.
Outro dia mesmo, você levantava os pezinhos para tentar alcançar a maçaneta da porta...
Outro dia mesmo, você não sabia falar, tinha o sorriso careca e pouco cabelo. Brincava de “tuti-achou” e ria incansavelmente das mesmas brincadeiras de sempre. Jogava um brinquedinho no chão e sentia um prazer enorme em nos ver agachar, feito bobas, pegando-o para poder lhe entregar até você voltar a jogá-lo no chão inúmeras vezes, vencendo-nos pelo cansaço!
Outro dia mesmo, você era pequena...
O tempo passou e nos demos conta de que você crescia muito, cada vez mais!  Crescia no olhar, nas ideias, nas brincadeiras, nas estripulias, na sua criancice! Calças pegando frango, sapatos apertados, vestidos curtos..Para trás, ficaram as lembranças do pouco tempo em que você foi pequena de tamanho, pois, por dentro, nunca foi! Nasceu com garra, com vontade de vencer, de competir, de desbravar o mundo! Hoje, cada vez mais crescida por fora e maior por dentro: dá conselhos, sabe acolher, gosta de cuidar, é responsável e diz cada pérola que é preciso gravar para nunca mais esquecer!
Às vezes eu me pego refletindo sobre os seus dizeres e percebo o quanto de nós está em você e o quanto de você está em nós! Estamos juntas e misturadas, perto e unidas! Lembro-me do dia em que disse para a vovó:

“___ Vó, não precisa ficar triste! Você tem três filhas que te amam e uma netinha que te adora!”

Em outra ocasião, escreveu para mim quando eu iria fazer uma prova:

“___ Tia, você vai superar essa prova porque você já superou a sua vida!”

Numa ocasião em que um coleguinha não ganhou a competição, disse-lhe:

“___ O importante é que a gente deu o nosso melhor!”

Enquanto brincava com dois priminhos que estavam com medo do “monstro do espelho”, você falou para eles:

“ ___ Não precisam ter medo! Medos existem para ser enfrentados, e monstros só existem na nossa imaginação e em lendas!”

Às vezes é difícil aceitar que você cresceu tanto! Outro dia me deparei  lhe dizendo alguma coisa, e você simplesmente me falou:

“___ Menos, tia!  Não exagera!”

Foi aí que eu me dei conta do quanto você cresceu por dentro! Do quanto os seus sete anos lhe deram maturidade, apesar de você ainda ser criança!

Ontem (15/12/2013), ao vê-la nadar numa competição, não consegui enxergar  apenas a água da piscina, você batendo os braços e as pernas com força para chegar na frente e ganhar a competição. Eu vi você com 1.240kg lutando para respirar, lutando para sobreviver! Ontem você ganhou a medalha de ouro, que, na verdade, deveria ter sido entregue assim que você nasceu! Parabéns, pequena grande criança, a nossa guerreirinha! O nosso MAIOR orgulho!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013


Por que é que os corações não são iguais?”
Josimara Neves

Sou o tipo de mulher que enche a cara de água, se empanturra de poesia e de palavras doces, chora ouvindo música, ri até chorar de coisas bobas e ridículas, adora fazer de momentos formais uma oportunidade de quebrar o clima de seriedade.
Sou o tipo de mulher que fala o que pensa e deixa as pessoas com os olhos arregalados de espanto...
Sou o tipo de mulher que se tiver que escolher entre a companhia de qualquer homem e a minha solidão criativa, eu fico com a segunda.
Sou o tipo de mulher insatisfeita com aquilo que eu sei que posso ser melhor ou mesmo, ter mais. Por isso, não permito que me desvalorizem. Cheguei à fase do “agora ou nunca:” ou eu rompo agora com o que me afeta ou nunca conseguirei me impor.
Sou o tipo de mulher que não precisa de confete pra viver porque sei que a vida não é feita só de glamour ou só de alegria!
Sou o tipo de mulher que nem todos os homens gostam, muitas mulheres detestam e várias pessoas se incomodam com a minha presença devido à espontaneidade e à autenticidade peculiares a mim.
Sou o tipo de mulher que muitos olham, vários enxergam, mas poucos me vêem de fato. Preferiria ser vista por dentro a ser olhada por fora. Gostaria de conviver com pessoas que se preocupassem mais com sentimentos, valores, ideologias do que com bunda, peito e o corpo em si. Adoraria falar uma língua universal na qual houvesse comunicação, mas sinto que mesmo falando a mesma língua, a maioria das pessoas não fala àquela que eu desejaria conversar! É tanta superficialidade para todos os lados que qualquer coisa que eu diga, por mais que seja uma gota d’água, soa como o oceano tamanha a distância que me separa do mundo de muitas pessoas que não fazem outra coisa a não ser: boiar na superfície.
Sou o tipo de mulher que tem fôlego para mergulhos intensos e profundos, mas não tenho saco para suportar coisas que eu julgo pequenas demais para merecer a minha atenção.
Quando era pequena, não entendia nada do mundo, mas busquei compreendê-lo. Comecei precocemente a minha viagem... E, desde então, não parei mais. Aprendi muito, vi muitas coisas as quais eu jamais poderei me esquecer...Foi tudo muito bom, mas  eu me cansei um pouco, não de viajar, mas de não ter encontrado companheiros de viagem dispostos a colocar em suas bagagens coisas pequenas que fazem a diferença. Momentos simbólicos: um sorriso, um abraço, um bilhete, um torpedo escrito quando se estava com saudade... Sinto falta de pessoas mais fortes para amar... Pessoas que arrisquem sem medo do que virá... Pessoas que joguem as cartas da manga fora e queiram, verdadeiramente, se entregar! Sinto falta de gente inteira: vejo frações de pessoas, fragmentos de indivíduos e pedaços de seres humanos que não conseguiram se recompor depois de feridos. Queria encontrar pessoas inteiras, mesmo que estivessem completamente coladas. Mesmo que fossem uma decoupage em pessoa... Mesmo que fossem um cristal rejuntado, um mosaico com pecinhas aglomeradas...Não me importaria estar ao lado de pessoas cheias de cicatrizes, de arranhões, de marcas e de feridas oriundas dos golpes da vida desde que elas, ainda assim, estivessem inteiras. Cansei de gente que ama pela metade, que se entrega apenas um terço, que é verdadeira apenas 25%. Cansei de gente que blefa 100% do tempo... Enjoei-me de pessoas que se ferem mais do que as próprias feridas já existentes e fazem da vida um mar de lágrimas.
Sei que para elas não é fácil lidar com os sofrimentos, mas para mim também não é fácil conviver com quem contagia o ambiente com negativismo e com profecias de catástrofes.
Como eu ia falando, eu não ou o tipo de mulher perfeita, nem santa e muito menos sem defeitos, muito pelo contrário, eu os tenho em penca, mas mesmo assim, luto ardentemente para mudar. Tento evoluir! Sequei as lágrimas do passado, derramo as de hoje com a certeza de que elas me fortalecerão ainda mais e com tudo isso, nunca me entreguei pela metade, não me permiti ser menos do que a totalidade, mergulhei de cabeça enquanto a maioria molhava apenas o dedão do pé. E o que eu ganhei com isso?
Não sei! Acho que envelheci cedo demais! Não foi amadurecimento, foi envelhecimento mesmo! Quando a gente amadurece, o peso das coisas diminui, quando se envelhece, o mesmo peso acaba se tornando mais pesado porque a força já não é mais a mesma. É isso o que eu sinto no momento: um fardo grande de ter que carregar comigo o que eu esperava ter companhia para carregar! Não o meu fardo, mas a experiência que só a vida é capaz de  proporcionar!
Mesmo cansada, continuarei a minha trajetória como viajante do tempo. Seguirei em frente, pois embora eu já tenha caminhado muito, ainda não cheguei aonde  pretendo chegar. Não consegui beijar o vento e nem tocar as estrelas... Vou lá agora, preciso continuar a caminhada antes que a noite se antecipe!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013


O grande mergulho!
Josimara Neves



    Fonte: blogpsicologando.com

Sou profunda mesmo! Não porque eu queira ser diferente, mas porque a minha essência é como um oceano: só a conhece quem mergulha! Não gosto de artificialidades, de superficialidades, e muito menos, de falsidade! Não tenho necessidade de agradar para eu me sentir aceita nem tampouco fingir ser diferente para  eu me sentir igual. Confesso que foram os anos de maturidade que me proporcionaram isso, pois eu também já tive a necessidade de me testar. Sonhava em gostar de algo mais “comum”, acho que metade dos meus problemas existenciais deixaria de existir se eu gostasse de sertanejo, de arrocha, ou se eu bebesse e ficasse feliz de frequentar as lojas de conveniências dos postos de gasolina aos finais de semana, pelo menos assim, eu teria um lugar para ir ou quem sabe, sentir-me-ia mais “em casa”, mas não!
 Os meus gostos não chegam a ser refinados ou eruditos, mas também não são populares! Não me permito nadar à deriva ou simplesmente boiar na superfície. Apaixonei-me pela profundidade e mergulhar – para mim -  é um voo interior que eu faço sem ter pressa de voltar!
Quero mergulhar de cabeça no desconhecido, sem medo de me afogar!
Quero mergulhar com a cara e a coragem no mar das incertezas!
Quero dar cambalhota no lago da esperança!
Quero plantar bananeira no córrego da vida!
Quero pular de trampolim na cascata da alegria!
Quero ir tão fundo o quanto for necessário para buscar o infinito que existe dentro de mim e nadar sem pressa, sem correria, sem me preocupar com o tempo!
Quero mergulhar profundo e ver as estrelas do mar só para  ter certeza de que dentro de cada um de nós existe uma constelação que enfeita o céu de nossa existência! E quando isso acontecer, eu nem me importarei mais em ter fôlego! Já vai ter me valido a pena o simples, porém, complexo ato de “mergulhar!”

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013


Dicionário da alma!
Josimara Neves




As palavras não são meramente o que constam no dicionário. Definir o amor em forma de vernáculo é como descrever o céu sem incluir as estrelas e a lua. É como dizer que criança é um conceito que fala sobre uma fase do desenvolvimento humano sem incluir a inocência pueril, o mundo do faz de conta, a felicidade gratuita contida naquilo que é essencial e que só descobrimos quando crescemos.
Dizer que a saudade é nostalgia é uma pobreza vocabular, mas acima de tudo, sentimental. Saudade é aquele sentimento que justamente por ser tão intenso e pulsante, muitas vezes, não  há palavra que o defina. Talvez um abraço de quem se foi, a presença de quem nos marcou, o cheiro de quem amamos, a voz que tanto nos falou, a risada de quem nos fez feliz possa melhor explicar o conceito de saudade! Saudade é – para mim – o desejo do retorno, do reencontro e de tudo aquilo que de tão bom que foi acabou por se petrificar dentro de mim! Às vezes eu penso que a saudade congela - dentro de nós- as memórias que desejamos não esquecer! Saudade é a forma que encontramos de não deixar morrer o que nos mantém vivos, é como uma esperança pretérita, àquela que nos preserva o desejo de voltar para poder sentir novamente o que foi sentido uma vez, mas que é relembrado sempre! Saudade é fechar os olhos e enxergar por dentro, é ser capaz de descrever um momento que aconteceu há muito tempo com a emoção de como se fosse ontem. Saudade é uma tatuagem que as lembranças desenham na alma para não nos esquecermos de tudo aquilo que nos “marcou.”
Falar que  felicidade é qualidade ou estado de quem é feliz não diz nada sobre o que é ser feliz! Felicidade é a melhor forma de não caber em si mesmo, por isso, quem é feliz é extravagante: ri alto, gesticula, movimenta, pula, grita, canta no chuveiro, dança na chuva e contagia! Eu não conheço nenhuma pessoa que seja feliz que não queira compartilhar alegria, pois, a felicidade possui uma magia que se esparrama pelo ar, arranca sorrisos, causa surpresas e desperta amor! Felicidade é a forma que a alma encontrou de pôr para fora o que não cabe dentro! É a arma dos fortes e o segredo dos encantadores! Felicidade é a maneira que o otimismo encontrou de colocar emoção em nossas ações e de aquecer os corações!
Definir vida como modo de viver é tão abstrato quanto dizer que morte é o não viver!
Vida é vida! Só de  pronunciar dá vontade de gritar “viva!” Vida é o brilho que mantém os olhos da alma abertos, é a pulsão do querer, do desejar, do sonhar! É tudo aquilo que traz movimento e que nos impulsiona a ir para frente, é o descontentamento que nos faz buscar novos horizontes, a insatisfação inquietante que proporciona o desejo de mudança, a rebeldia que nos leva a não aceitar menos do que merecemos! É a capacidade de dizer “não” para tudo aquilo que não acrescenta, não soma e nem faz diferença.
Vida é o movimento de não entregar-se à morte, é a luta incessante, a busca constante, os sonhos latentes!
Vida é o “sim” que dissemos a Deus quando aceitamos nascer!
Vida não é apenas o que nos mantém vivos, mas sobretudo, tudo aquilo que não nos deixa morrer!
Por esses e outros conceitos que não dá para considerar apenas o que o dicionário define. O verdadeiro significado das palavras é o mesmo que acontece com as fotografias: o que não foi registrado é, verdadeiramente, o que fica!

Abra o seu coração e consulte o dicionário de sua alma!!!
Boa semana!!!
Beijo da Jô

domingo, 1 de dezembro de 2013

Vivendo e aprendendo!
Josimara Neves





Eu aprendi na vida e com a vida que tentar tapar o sol com a peneira é como mentir para si mesmo... Que viver a ilusão é diferente de ser iludido... Que sonhar é como desejar o proibido e que quanto mais distante da realidade for o sonho, mais o queremos.
Aprendi que as distâncias maiores são as pontes que construímos em nós mesmos e que, muitas vezes, essas mesmas pontes - que eram para facilitar o acesso ao mundo- acabam se tornando em calabouço que aprisiona a alma trazendo infelicidade.
Aprendi que não existe diálogo melhor do que aquele em que é a nossa própria consciência que nos responde.
Aprendi que companhia é diferente de presença física e  que a solidão amiga é melhor do que a pseudoamizade!
Aprendi que o céu e o inferno habitam dentro de nós e que cabe a cada um escolher qual habitat interior quer habitar.
Aprendi que pessoas não são fantoches que podemos manipular só para não nos depararmos com as frustrações. Pessoas não são frutos de nossas projeções. Pessoas são como flores que Deus colocou no jardim de nossa existência para não nos deixar morrer de solidão!
Aprendi que a vida seria mais prática se tudo acontecesse do jeito que nós queremos, do modo como desejamos. Tudo seria previsível demais se a primeira paixão fosse correspondida, se conseguíssemos o emprego dos sonhos já na primeira entrevista, se completássemos 18 anos e já tivéssemos um carro zero, se tudo o que pensássemos acontecesse na mesma hora... Aprendi que se fosse assim, quase todos os nossos problemas seriam resolvidos, mas em detrimento disso, criaria um maior: a vida se tornaria entediante!
Aprendi que amor é construído no alicerce da confiança e que não há amor sem conquista. Aprendi que o tempo que perdemos enfatizando o amor não correspondido, as traições, as desilusões, os erros, as faltas e tudo aquilo que faz do nosso coração um grande hiato, é uma perda de tempo: é andar para trás! Se quiser andar para frente e encontrar novos horizontes é imprescindível deixar de procurar culpados pela sua infelicidade, afinal, só existe um responsável pela sua vida: “VOCÊ.” No mais, ninguém é obrigado a corresponder as suas expectativas, existe muita gente “quadrada” no nosso universo “redondo”, cada um é o que é: aceite isso ou mude-se de planeta! 
E uma coisa que eu entendo, mas ainda estou aprendendo a exercitar é: “cada um dá o que pode e como pode! Do jeito que sabe ou do jeito que entende! Do jeito que aprendeu ou do jeito que recebeu! Do jeito que leu ou do jeito que percebeu” Do jeito que pensa que pensa que é certo ou do jeito certo que pensa!
Por isso, aprenda você também: amar o outro é diferente de amar a si mesmo e, receber amor do outro, é tão importante quanto receber de si mesmo!
Pare de se autoflagelar! Não se boicote! Não se anule! Assuma-se e permita-se receber o que o outro pode lhe dar e não, o que você gostaria de receber!

Bom domingo a todos!!!!
Voltem sempre!!!!

domingo, 17 de novembro de 2013

O passado que passou...




O passado que passou...
Josimara Neves
Google imagens
É difícil revisitar o passado na tentativa de se encontrar e perceber que nele já não há mais espaço, pouca coisa merece ser cultivada ou mesmo, relembrada. É inútil querer parar o tempo ou mesmo, impedir que as pessoas e as coisas mudem. Não sei se isso acontece porque por um bom tempo o passado sempre se fez presente ou se porque tudo o que tenho agora é um futuro presente. Pensar no futuro enche o meu coração de esperança, de otimismo, de alegria, é como se o inesperado (tão esperado) fosse acontecer de uma forma tão única e singular que valeria à pena ter vivido um plural de problemas, de dificuldades, de empecilhos e vicissitudes!
Sou aquela que corre não contra o tempo, mas com o tempo! Tenho pressa do amanhã, espero poder abraçar a minha projeção, dançar com os meus sonhos, bailar na minha fantasia, debruçar-me na esperança e devorar toda forma  de conhecimento que me faça sentir íntegra nos fragmentos de minh’alma!
Anseio em sentir os poros de minha pele revestidos de magnetismo e de poesia...
Almejo desbravar o meu universo interior para nunca mais temer a minha  sombra...
Idealizo olhar-me no espelho e enxergar tudo aquilo em que eu me preparei para ser...
Sonho em tocar o que era intocável por parecer irreal...
Desejo possibilitar o impossível, improvisar diante do previsível...
Quero poder - um dia – sentir que sou um corpo e não apenas, alma! E, quem sabe, quando este dia chegar eu seja apenas UMA!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Encontros ou (Re)encontros?


A arte do encontro
Josimara Neves

Fonte: Google imagens


E no meio de tantos desencontros, aqueles que se encontram podem se considerar felizes:
 Pela reciprocidade...
 Pela cumplicidade...
Pelo aconchego...
Pela mão amiga e pelo  ombro acolhedor...
Pela amizade ...
Pelas trocas de olhares e beijos trocados...
Eu nunca sei quando um encontro é um encontro ou, na verdade, (re)encontro. Tenho a impressão de que aquela pessoa que a gente olha pela primeira vez e gosta logo de cara é alguém que já existia dentro da gente ou em algum lugar do passado. Às vezes eu acho que afinidade é uma forma de reconhecimento, um déjà vu diferente, uma sensação de ser íntimo na mesma intensidade com que se sente próximo, de estar próximo e se sentir “dentro”. É como se aquele encontro fosse o começo de algo que já  tinha começado, o início de um sentimento que já existia, de um desejo que já se manifestava, de um sonho que já era real.
A percepção que  tenho  é de que o que acontece fora de nós, de alguma forma, não passa de uma extensão do que jaz em nosso íntimo... Sinto que a  rosa que desabrocha aos meus olhos já tinha sido semeada no meu jardim interior.

Não sei ao certo se a afinidade é construída, mas eu tenho a impressão de que o amor já vem pronto: basta encontrar, olhar , depositar, regar e se entregar! Acho que é esta a função do encontro: deixar que o amor venha à tona!


Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser.

domingo, 27 de outubro de 2013

É preciso aprender a negar, a dizer não!








Negue-se!
Josimara Neves


Negue-se a viver tudo aquilo que não acrescenta em nada, o que dá mais trabalho do que prazer, o que não tem sentido e nem dá sentido à existência!
Negue-se a viver na mediocridade e na futilidade!
Negue-se a compactuar com a falsidade e a hipocrisia!
Negue-se a falar mal da vida dos outros...
Negue-se a desejar o que é do outro...
Negue-se a concordar com algo que não concorda, simplesmente, para alegrar alguém!
Negue-se a viver mais ou menos: ou se vive para viver ou se vive por viver! A escolha é sua!
Negue-se a ser cúmplice de injustiças e de falcatruas!
Negue-se a tudo aquilo que o impede de ser  pleno, autêntico, original, FELIZ!
Negue-se a viver fingindo ser o que não é, tentando ser o que os outros esperam que você seja, fazendo o possível para agradar as pessoas e surpreendê-las!
Quem  tenta ser “perfeito” demais acaba se decepcionando na medida em que também decepciona os outros. Perfeição é uma ilusão que causa sofrimento, pois é inatingível.  Depois que eu descobri o encanto que existe por trás da imperfeição, comecei a buscá-la! Continuo não gostando de errar, mas os erros hoje não me consomem, muito pelo contrário, eles me ensinam a fazer diferente!
Então, negue-se! Oponha-se! Aprenda a criticar! E, sinceramente, entenda que quanto menos você tiver que ser perfeito para os outros, mais perfeito se tornará para si mesmo! E, por fim, diga NÃO a tudo o que não mexe com as suas emoções! Afinal, viver é sentir, se emocionar e se maravilhar com a dádiva que é a existência!

27/10/13

sábado, 19 de outubro de 2013

Os olhos são os mesmos, mas o olhar....


Tudo muda!
Josimara Neves



Não sei  se o céu muda de cor... Se o arco-íris se torna maior com o tempo ou mesmo se aquilo que antes parecia grande passa a ser pequeno, e o que era pequeno, de repente se torna tão grande.

Não sei se são as coisas que mudam de tamanho, de dimensão, de cor, de sentido ou se é o tempo que muda e me muda também .  Ou se sou eu que mudo e mudo o tempo, as coisas, as pessoas, os sentidos e as cores.
Não sei se são as horas que passam ou se sou que ganho em tempo quando as horas passam.
Não sei se muitas coisas perdem a razão de ser ou se sou eu que não dou mais importância a elas.

Não sei se passei a dar importância às coisas desinteressantes ou se foram elas que se tornaram interessantes pra mim.
Não sei se o ritmo é devagar ou se sou que tenho pressa!
Não sei se a multidão está caminhando na direção certa ou se sou eu que ando na contramão.
Não sei se o meu corpo é jovem demais para a minh’alma envelhecida ou se ela é velha demais para habitar um corpo juvenil.

Não sei se a minha mente é muito contemporânea para se adequar ao meu coração senil ou se o meu coração é que anda ultrapassado para poder acompanhar a minha mente moderna.
Não sei se os gostos mudam ou se fui que mudei... Aquelas fotos, aquelas roupas, aqueles sapatos, aqueles desejos já não existem mais, assim como aquela que vestiu tais roupas, que usou tais sapatos, que tirou aquelas fotos, que tinha aqueles desejos...
Hoje “aquela” é “esta” que sou: sem tudo “aquilo”, mas com um tanto de “isso!”

Aprendi - com o tempo – o que Heráclito de Éfeso quis dizer quando pensou: ninguém banha-se duas vezes no mesmo rio. “Segundo ele, ninguém na segunda vez, nem a pessoa nem o rio serão os mesmos. As águas passam, a pessoa muda e, ao banhar-se novamente no mesmo rio, trata-se de uma outra pessoa em novas águas. Há sobrevivências e renovações sempre que definem nossa realidade. Nada é para sempre e tudo se transforma.” (Autor desconhecido)

Aprendi que somos como as águas dos rios: seguimos o nosso fluxo natural e não há como fugir disso! Seguimos o nosso trajeto e na medida em que caminhamos: caímos e levantamos, tropeçamos e continuamos, nos perdemos e nos encontramos. E, no final, nada nem ninguém permanece do jeito que já foi um dia: tudo muda! 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um pouquinho


SOBRE A VIDA...
Josimara Neves
A vida é aquilo que a tornamos:  é o que construímos, os degraus que subimos para chegar ao lugar almejado, a estrada que trilhamos para alcançar uma direção, os sonhos que ousamos imaginar, as lutas que travamos, os duelos que enfrentamos...
A vida é uma grande escola que ensina no dia a dia, através de fatos cotidianos, de experiências reais, de situações inusitadas e de vivências tempestuosas.
A vida é um enigma que tentamos a qualquer custo descobrir. É um mistério que se revela quando menos esperamos e de forma que nunca imaginamos. Muitas vezes eu me pego pensando na minha vida, na vida de todos nós, imaginando o que nos separa e o que nos une. O que nos mantêm ligados sendo a vida de cada um diferente.
Já quando vejo algumas pessoas que aparentemente têm tudo vivendo uma vidinha mais ou menos, recheada de reclamações e de negativismo, de falas pobres e esvaziadas de sentido, queixando-se de tudo e de todos, querendo tapar o sol com a peneira, vivendo na superficialidade, esparramando desavenças e sentimentos negativos por onde passam. E  com isso, eu me certifico de que o que falta para muitas pessoas se tornarem melhor é terem sofrido mais. Uma vida muito fácil constrói indivíduos fracos, vulneráveis, poliqueixosos!
Uma vida fácil, ao contrário do que poderia ser, não torna as pessoas gratas pelos privilégios que têm. Quer conhecer gente interessante? Então converse com quem sofreu muito na vida e verá o que é exemplo de garra, de coragem, de superação, de motivação, de gratidão e de bravura!
O sofrimento é como as crises, se você consegue superar, sairá melhor e mais forte, porém, do contrário, se sentirá derrotado e desistirá de viver!
Pense nisso e aprenda com a vida, afinal, ela é a sua melhor aliada! Não se torne vítima, ao invés disso, seja você mesmo a mudança que pretende alcançar!

sábado, 21 de setembro de 2013

Um pouquinho mais sobre minhas percepções de mundo...



Batata frita
Josimara Neves

 

A gente percebe que a vida vai ganhando formas, contornos e sentidos mais verdadeiros quando uma batata frita motiva um choro “desmotivado.” Na verdade, ele seria desmotivado se a causa que o motivou não fosse causa. Parece confuso, mas é assim que é, afinal, a vida só é verdadeira e essencialmente significativa se transitar nas contradições contrastantes, se equilibrar na corda bamba da insanidade lúcida ou da lucidez insana. E foram estes questionamentos que surgiram na minha cabeça esta semana quando a minha mãe entrou no quarto e disse:
____ Vamos almoçar, minha filha! Eu fiz batata frita!
Disse que ela poderia almoçar, pois eu iria mais tarde, porém, bastou que saísse  do quarto para que eu chorasse copiosamente. E como chorei! Visualizei aquele rostinho iluminado me oferecendo o que para muitas pessoas seria uma comida comum, mas para ela não! Para a minha mãe, fazer batata frita e me oferecer era como se tivesse me dando um prato de salmão, de caviar, de escargot ou a melhor comida que existe.
A minha mãe é diferente! Apesar de ter envelhecido e junto com a idade muitas de suas habilidades culinárias também ficaram para trás: alguns temperos ficaram “destemperados”, mas ela não deixou envelhecer o tempero que fez e faz a diferença na minha vida: o amor!
Faz uma comida simples, mas a oferece com a melhor das intenções.
Não inova muito na cozinha, mas inova todos os dias a minha vida com o sorriso sereno e puro, com um amor sem tamanho, com uma doçura singular, com uma simplicidade sem medida.
Fala as palavras repetidas, mas sempre necessárias!
Faz as mesmas coisas, do mesmo jeitinho, com o mesmo ritmo, mas mesmo diante da repetição, deixa emanar as experiências dos anos sofridos vividos com sabedoria!
Junto com aquela batata frita veio o gosto da gratidão por ter uma mãe que faz com que a minha vida tenha gosto de manjar dos deuses. Vieram questionamentos existenciais que me fizeram refletir sobre a importância das pequenas coisas, das simples intenções, dos gestos singelos, do toque sutil, das palavras motivadoras, do sorriso contagiante, do amor acolhedor, da simplicidade compartilhada, da vida quando se tem amor.
Com aquela batata frita eu percebi que o que faz sentido é tudo o que nos toca. E que muitas vezes a intenção de dar vale mais do que aquilo que é dado de fato!
Agradeço a Deus pela dádiva de ter um anjo como mãe!