terça-feira, 2 de julho de 2013

Eu em minhas complexidades...




Pauta de hoje: "um pouco de subjetividade não faz mal a ninguém"
      O resgate da solidão poética
By Josimara Neves

                                                    Fonte: Google/ imagens                                 
                                                                                                         


Por muito tempo eu fui uma andarilha da vida trilhando caminhos incertos, andando em direções contrárias à multidão. Nadei contra a deriva, recusei-me a boiar na superfície. Divaguei sozinha por falta de uma companhia que pudesse compreender-me nas minhas viagens insanamente lúdicas, realisticamente fantásticas!

Perscrutei tantos caminhos que me desviei de qualquer lugar que me levasse a uma única direção. Temia a mesmice! Entediava-me a ideia de linha reta: sem tropeços, sem curvas, sem atropelos, sem surpresas, sem desafios, sem o encantamento da dúvida escondida atrás das incertezas.

Foram as incertezas que me modelaram tal como a argila a uma obra de arte! Fui c-u-i-d-a-d-o-s-a-m-e-n-t-e modelada! Hoje eu sei que foram os dedos da vida que me apertaram e me esculpiram. Não me sinto pronta, acho que sou uma eterna obra de arte inacabada! A inconclusão desperta interesse, suscita dúvidas, atiça a imaginação, atormenta os neurônios e causa desassossego à alma – por mais adormecida que esteja!

Acho que eu gosto disto: de bagunçar o que estava organizado,mexer no que estava quieto, abrilhantar a escuridão, tirar da zona de conforto tudo aquilo que transforma a alma em paralítica: incapaz de se mover!

Não sei se andei para eu me encontrar...

Não sei se me perdi para forçar-me a andar...

Não sei se andei perdida!

Não sei se perdida andei!

Não sei se me encontrei perdida!

Não sei se perdi e aí eu me encontrei!

E o que eu sei?

Ah, o que eu sei quase ninguém sabe! O que eu sei não me pertence, mas eu escondo! Não é um segredo, nem um mistério e nem um enigma! Escondo porque sei que quando descoberto deixará de existir! Talvez por isso que o silêncio tenha batido à minha porta como o frio que tem feito  de minhas emoções, invernais!

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