domingo, 21 de abril de 2013

Vivendo na natureza selvagem: a "selva" dos homens


“O âmago do espírito humano pede novas experiências.”

Josimara Neves


Muitas pessoas temem sair da comodidade de suas casas, da zona de conforto da própria vida só porque pensam que lá fora, no mundo extracasa, a “natureza é selvagem.” Mal sabem elas que a vida em si é uma natureza selvagem onde a todo instante nos deparamos com armadilhas que constituem os empecilhos enfrentados durante a nossa jornada terrena. Deparamo-nos constantemente com “cobras humanas:” peçonhentas, traiçoeiras prontas para nos pegar desprevenidos e indefesos visando dar o “bote,” o golpe. Encontramos animais grandes que, pelo tamanho e pela presença, nos assustam, porém, só são grandes e nada mais. Muitas vezes subestimamos pessoas só porque aparentemente são pequenas, ingênuas e indefesas, porém, assim como insetos minúsculos, muitas são capazes de matar em decorrência de uma simples picada que, metaforicamente, no mundo humano pode ser o poder que a língua exerce em forma de calúnias, difamações, fofocas e palavras proferidas com a intenção de ferir intimamente a honra e paz.
No mundo selvagem, o leão é o rei da floresta. E eu me pergunto: por que será? Não é difícil responder, afinal, na natureza selvagem assim como na natureza hominal, ninguém se torna “’REI” se não se impuser a priori com a presença. O leão tem presença de palco, mostra-se dono de si, é capaz de se impor apenas com a presença, mesmo sem emitir um ruído sequer. A sua imponência, acompanhada da presença intimadora, naturalmente o transforma em líder dos animais e, mesmo que não fosse “coroado” rei, é fato de que a sua conduta já o faria exercer tal reinado indiretamente.
Na vida humana também é assim que funciona: pessoas se tornam líderes quando possuem presença singular, quando conseguem emitir através da postura algum conteúdo capaz de despertar olhares, chamar a atenção. Quando se mostram como são antes mesmo que os outros digam como devem ser. Quando falam por todos já que  nem conseguem se expressar. Quando desafiam os perigos da selva na medida em que eles surgem não sofrendo por antecipação:
“O elefante é maior do que eu, logo, ele irá me destruir.”
“ O guepardo é mais veloz então eu nunca chegarei primeiro.”
“ O  tardigrada é mais resistente sendo assim, jamais conseguirei sobreviver por tanto tempo como ele.” (http://www.animale.me/tardigrada-esse-e-o-animal-mais-resistente-do-mundo/)

 “O falcão tem asas e é extremamente veloz o que quer dizer que eu- nem sonhando- conseguirei chegar antes que ele.”
Na natureza selvagem hominal, “leão”  não é quem nasce “leão”, mas sim, quem se transforma em tal condição para enfrentar os perigos e as armadilhas que a floresta chamada “VIDA” revela constantemente. No mundo animal, eu não sei qual você seria, o que sei é que, certamente, no seu reino você já assume funções e comportamentos que marcam a sua presença. Tenha a certeza de que jamais se transformará em leão se tiver os pensamentos supracitados.
Leão, no mundo dos homens – míseras criaturas que se julgam superiores por serem “racionais”- é aquele que se recusa a se dar por derrotado, ao invés disso, luta até o fim. É o que pensa:
“o elefante pode até ser grande, mas ele é lento, então eu tenho chance de conseguir vencê-lo.”
“ o guepardo pode até ser mais veloz,  mas se no dia ele tropeçar e se machucar? E se acontecer alguma coisa que o impeça de ser tão veloz quanto costuma ser?”
“ O  tardigrada pode até ser um animal muito resistente, mas é minúsculo, vive em ambientes úmidos e tem pouca visibilidade, além do mais, pra que viver tanto tempo assim? Entre hibernar eternamente e viver pouco com intensidade, é melhor viver!”
“ o falcão pode até ter asas e ser rápido, mas pode ser que aconteça um vento forte e dificulte o seu voo. Pode ser que aconteça alguma coisa, naquele dia, que crie obstáculos para o seu voo rápido.”
Por fim, pessoas leoninas são aquelas que se recusam a ficar “esquentando o rabo” (terminologia usada no filme “Na natureza selvagem”) no sofá de suas casas, assistindo a caçada humana de um jovem checheno terrorista, reproduzindo aquele típico jargão:
“___ É, estamos no fim do mundo mesmo!”
Certamente o fim já chegou para quem deixou de se desafiar, para quem se aterroriza com o terrorismo no mundo não percebendo que se autoterroriza quando só consegue enxergar terror na vida!
Ser leão no mundo dos homens é só para quem, de fato, reconhece a sua própria natureza selvagem e instintiva. E, ao invés de esperar ser devorado, começa a reagir, mesmo que a única reação no momento seja a de “fugir”. Muitas vezes, fugir é atitude de quem se recusa a viver na mesmice de cada dia. Só foge do perigo quem ainda ama a vida a ponto de não entregá-la a qualquer onça faminta que apareça por aí. Pense nisso ou vai querer que o tempo passe, você envelheça e um jovem ousado chegue lhe dizendo:
“Olha você aí, um velho teimoso esquentando o rabo.”




O âmago do espírito humano pede novas experiências.”



Há quem diga que viver é matar um leão por dia, acho que o fardo da vida diminui quando a gente  mesmo se transforma em leão , pois assim, qualquer problema passa a ser pequeno diante de nossa força, coragem e astúcia. 

Bom domingo, leões e leoas!
Beijo da Jô

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