Não subestime
uma criança, pois ela pode saber mais do que se pensa!
Josimara Neves
Quem nunca ouviu alguém dizer que
criança não entende nada e, por isso, pode-se dizer qualquer assunto perto
dela? Grande engano! As crianças são sensíveis e compreendem mais do que julga
a nossa vã filosofia! Por isso, deve-se evitar falar certas “coisas” na
presença delas, principalmente quando quem fala não está preparado para
explicar-lhes quando começam a indagar sobre o assunto.
A criança comumente pega o sentido
das coisas baseado na literalidade do que é dito, faz associações, questiona, é
curiosa e não se preocupa com questões de aceitabilidade social: quando gosta,
demonstra! Quando não gosta é até rude em certas situações! Apontarei alguns
exemplos que enfatizam melhor o que quero dizer:
LITERALIDADE:
quando eu era criança morria de medo de “tomar bomba” (“bombar”),
ou seja, repetir de série. Eu achava que se fosse reprovada seria amarrada numa
espécie de bomba-foguete e lançada ao espaço/céu! E, com tanto medo desse
“fenômeno” que minha mente produziu, vivia chorando temendo tirar notas baixas
e ser “eclodida!” Para mim, “bombar” era uma forma de explosão. Nunca ninguém
me disse que era um termo (uma palavra) usado para dizer que quem não obtinha a
média necessária teria que fazer novamente a mesma série! Hoje eu penso sobre
isso e me pergunto: “___ Será que isso
já era sintoma da minha mente viajante?”
(risos)
Ex²: a criança atende ao telefone e a
mãe pede para dizer que não está. Ela pega o telefone e fala: “___ A minha mãe pediu para dizer que não
está!”
PS:
as crianças têm o dom de nos deixar em grandes “saias justas!” (rsrs)
ASSOCIAÇÕES:
certa vez uma amiga comentou que estava no elevador com a filha e, no elevador, tinha
um homem negro com uma perna só, logo a criança disse pra mãe: “___ Olha o “Saci Pererê!” Coitada!
Fico imaginando a cara de pasto dela dentro do elevador torcendo para que
parasse o quanto antes. Ela ficou sem reação, lógico! Crianças passam muita
vergonha nos adultos com as “associações” no estilo sofista: “Steve Wonder é
cego. O amor é cego, logo Steve Wonder é o amor!” Lógico que sim!!! Para a
criança isso faz sentido!
CURIOSIDADES:
uma prima estava grávida e a filhinha dela de seis anos lhe perguntou: “____ Mãe, a minha irmãzinha só toma banho
quando a senhora bebe água?” Pergunta
interessante essa, não?
Certa
vez a minha sobrinha que na época tinha cinco anos me questionou:
“____ Tia, por que os homens das novelas
tiram a blusa quando chegam perto das mulheres?” Fiz cara de tacho e
respondi: “___ Porque lá no lugar que
eles estão faz muito calor!” Sinceramente, naquele momento foi o melhor que
eu pude responder em cinco segundos de elaboração.
ACEITABILIDADE
SOCIAL: eu já trabalhei como babá e também já olhei esporadicamente
muitas crianças sendo que uma delas (um menino) fez um desenho para mim e
disse: “___ Eu fiz pra você!” Olhei
para o desenho e ele completou:
“___
É uma bosta, pois é isso que você merece: uma bostinha!”
Nossa,
acho que naquele momento eu me senti, L-I-T-E-R-A-L-M-E-N-T-E uma bosta! Acho
que foi a forma que ele encontrou de expressar que não ia com a minha cara e
como não se importava com o quesito “aceitabilidade social” encontrou a sua
maneira de me transmitir o recado.
Ontem (15/02/13) eu pedi para a minha sobrinha ( de seis anos) para fazer
uma tarefa na qual teria que escrever sobre o amor mostrando o que ele
representa pra ela e, depois faria um desenho que o simbolizasse. Eu mostrei a
folha que fiz e expliquei-lhe sobre a atividade que teria que fazer. Então ela
me disse:
“___ Tia, mas eu não sei como fazer!”
Comumente, eu
costumo estimulá-la e não faço pra ela, ao invés disso sempre digo:
“___ Consegue sim!”
Falei isso e a
deixei fazendo a atividade... Passaram-se alguns minutos, ela entrou no meu
quarto com a tarefa concluída e eu quase chorei quando vi o que tinha feito. E
depois dizem que criança não entende nada! O desenho e a frase me fizeram
perceber a importância dos exemplos no âmbito familiar, pois ela mostrou o
quanto o amor é uma forma libertária de viver e, mais, captou tal sentimento
exemplificando-o na união da nossa família que, para ela, é a maior prova da
existência do amor e é quando, verdadeiramente, se sente amada: quando estamos
todas juntas (moramos em cinco mulheres)! Vejam logo embaixo, tirem as suas
próprias conclusões e ao invés de subestimarem a capacidade das crianças
aprendam a valorizá-la!
Que possamos aprender com as crianças a manifestar
emoções e exercer livremente a nossa capacidade de expressão!
Linda História da sua sobrinha..."emocionei".
ResponderExcluirEla se sente tão livre porque sabe que existe amor verdadeiro entre vcs e segurança que nunca vai estar sozinha...Sempre de abraço bem apertado com esse bracinhos pequeninos.. não tem preço..
É verdade mesmo: precisamos aprender como as crianças que são livres e não guardam rancor no coração. Pelo visto a sobrinha também é boa com as palavras!
ResponderExcluirParabéns!
Boa tarde! Infelizmente nossas escolas nos ensinam muita matematica, fisica, geografia...Etc! São horários intermináveis, onde que nos negam a CRIATIVIDADE, RELACIONAMENTO. Crescemos, viramos adultos e nos deparamos com dificuldades corriqueiras... Abraço! www.beabadosucesso.com.br
ResponderExcluirOlá, pessoas queridas!!! Sempre bem-vindas no meu cantinho da liberdade virtual!!!
ResponderExcluirAgradeço-lhes pela participação e que possamos repensar os métodos pelos quais as crianças estão sendo ensinadas, afinal de contas, a escola da "educação" nem sempre formam para as "escolas da vida!"
Investir na infância..é como plantar sementes em terra fértil: dá frutos..Precisamos sempre de estimular as mentes infantis a buscar se aceitar e se reconhecer como seres importantes no mundo....assim..teremos no futuro uma sociedade mais humanizada..Parabéns pela criatividade!
ResponderExcluirE que possamos cuidar bem das sementinhas de hoje para que se transformem em bons frutos do amanhã.
ResponderExcluirObrigada sempre pelo apoio!!!
Bjim
Investir nas crianças é apostar no futuro
ResponderExcluirQuem dera os adultos conseguissem perceber o amor como uma forma de liberdade...
ResponderExcluir