Quando “desistir” ocupa o lugar de “existir”
By Josimara Neves
Fonte: http://www.escolapsicologia.com/como-manter-o-equilibrio-emocional-face-as-adversidades-da-vida/
Levantar?
Lutar?
Sonhar?
Amar?
Sorrir?
Trabalhar?
Comer?
Passear?
Viver?
Tudo isso pra quê?
Pergunta o depressivo pra si mesmo. Afinal, desânimo, falta de entusiasmo,
desinteresse e apatia todos nós sentimos vez ou outra, mas para o depressivo
isso tem um peso muito maior. Não é aquela tristeza que uma noite bem dormida
de sono é suficiente para acabar com ela. Não é aquele desânimo de cansaço que com
um final de semana bem relaxado possa repor as energias e a segunda-feira
começará bem. Não é aquele tipo de ”deprê” que a gente sente vez ou outra em um
final de semana chuvoso e nostálgico no qual basta uma sessão- cinema em casa
com pipoca e tudo fica “zen.” Não é aquela resistência em levantar da cama por
preguiça ou porque ela estava tão aconchegante que, por alguns instantes, o
desejo que passa na cabeça é ganhar na megasena só para poder escolher os
horários para trabalhar e poder levantar tarde!
Não! Para o depressivo a intensidade das emoções e dos pensamentos
negativos é muito maior! Enquanto para alguns os momentos de tristeza seriam
como carregar um saco de arroz de cinco quilos, para o depressivo, isso
equivaleria a uma tonelada. (analogia meramente ilustrativa). Enquanto para os
não-depressivos certo problema é visto como uma “formiguinha”, para o
depressivo, essa “forminha” é vista numa lupa que a transforma em um
“dinossauro tiranossauro rex” que irá devorá-lo a qualquer instante fazendo-o
se sentir impotente, incapaz, sem força, sem reação, sem condições de mover:
paralisando-o!
A depressão é doença, não é frescura! Sendo assim,
respeite a dor alheia, ajude as pessoas que você ama e que estão em tais
condições a buscar acompanhamento psicológico e quando necessário,
psiquiátrico! Essa história de que só louco precisa de tais tratamentos é
historinha da época da carochinha. Nos tempos modernos, o estresse tem impacto
direto com a depressão, os altos níveis de (auto)cobrança, a falta de tempo para “viver” momentos de lazer: sem pressa, sem horário, sem prazer e sem
ter que cumprir metas tem feito muitas pessoas adoecerem.
Cobranças X Pressão X Metas X Buscas não concluídas X Perseguição pelo
“TER” = depressão! Não sobra tempo para sentir, não dá tempo de refletir, não
tem espaço para ser “humano”. Vivemos na era das sociedades automatizadas que
nos transforma em robôs com atitudes programadas, com falas prontas, com
tarefas pré-definidas. Estamos condicionados a viver sobre planejamento e
programação de forma que quando a “ficha cai” fazendo-nos perceber que temos
sentimentos, que somos movidos a emoções e a sensações, bate um desespero: “Eu não posso ficar
doente agora, tenho que entregar o meu projeto”; “Sai de mim, tristeza! Você
não me pertence!” ; “Estou com virose, deve ser baixa resistência!”
Quem é você que não pode ficar doente? Quer dizer que você pode escolher
o momento certo pra ficar doente? E quando será esse momento?
Sai de mim, tristeza? Você não pode se sentir triste, por quê? Não sabe
lidar ou tem medo de enfrentá-la? Tem medo de descobrir que sem “projetos” você
não tem vida própria? A sua existência se resume em “projetos?” Então, que tal
começar a montar o seu “projeto de vida?”
Então quer dizer que a baixa resistência é um corpo estranho que invade o
seu sistema imunológico, amarra as suas mãos e pernas, venda-lhe os olhos, tapa
a sua boca, tira as suas defesas e lhe coloca como refém de si mesmo?
Se você se encaixa no que foi falado, pare conscientemente e reflita
agora mesmo, não espere ter que parar obrigatoriamente para depois refletir.
Escolhas conscientes são tomadas por pessoas que conseguem ter as rédias da
própria vida, do contrário, a vida se torna uma versão original da descrita por
Zeca Pagodinho: “deixa a vida me levar,
vida leva eu!” Quando a vida é quem o leva pode ter certeza de que os
caminhos que virão terão conseqüências drásticas!
A depressão não tem uma única causa, muito pelo contrário, há incidência
em caso de pessoas cuja família tenha forte tendência hereditária. Em
decorrência de situações estressantes envolvendo mudanças, perdas, traição,
medos etc. Situações envolvendo o diagnóstico de doenças crônicas e a iminência
da morte, fatores orgânicos englobando a questão hormonal por exemplo. Uso de
certos medicamentos que causam sintomas depressivos, além de exaustão, noites
mal dormidas, assim como o clima e a temperatura: dias e noites nubladas, baixa
temperatura anunciando o “inverno da alma.”
Um fator assaz relevante também é as condições psicológicas e as
exposições ocorridas nas fases da infância e da adolescência.
Segundo Dráuzio Varella, “Depressão
é a tristeza quando não tem fim, quadro muito diferente do entristecer
passageiro ligado aos fatos da vida. É uma doença potencialmente grave que
interfere com o sono, com a vontade de comer, com a vida sexual, com o
trabalho, e que está associada a altos índices de mortalidade por complicações
clínicas ou suicídio É a mais comum de todas as enfermidades psiquiátricas,
acomete mais as mulheres e apresenta caráter recidivante: depois do primeiro
episódio, a probabilidade de ocorrer outro é de 50%; depois do segundo, sobe
para 75%; e, depois do terceiro, para pelo menos 90%.”
Portanto, pessoa querida, arrume formas de se autoajudar!
Eu sou uma daquelas pessoas que acreditam que ninguém no mundo poderá fazer por
nós se nós mesmos não nos propusermos a fazer, ou seja, o médico pode ser o
melhor do mundo, mas se você não quiser se ajudar, ele pouco poderá fazer por
você! Não troque o verbo “existir” pelo “desistir”, pois se desistir de tentar,
de começar ou de recomeçar é o prelúdio da própria morte. A gente não morre só
quando para de respirar, na verdade, a gente morre quando os motivos que nos
faz respirar já não existem mais!
PREVENÇÃO
“Pode-se prevenir a depressão mantendo-se a
qualidade de vida, aprendendo a conviver com o estresse e os conflitos
cotidianos, sabendo lidar com as adversidades, não sucumbindo diante dessas
situações. É necessário evitar o isolamento, procurando relações de parceria e
cumplicidade, para compartilhar os sentimentos.”
“De tanto sermos tão observadores e ocupados,
acabamos esquecendo das principais motivações de nossas vidas e de verdadeiras
motivações que valem muito; o tempo as levam, e jamais as devolvem.” (Paula
Bergh)
Fonte: http://www.frasesparaface.com.br/ser-feliz-ate-onde-der-ate-onde-puder-sem/
Fonte: http://www.frasesparaface.com.br/ser-feliz-ate-onde-der-ate-onde-puder-sem/
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