Pense bem!
Se pudesse voltar ao passado o que responderia se
lhe perguntassem:
"__ O que
você quer ser quando crescer?"
E agora eu lhe
pergunto:
___ Você conseguiu
"ser?"
Autoria: Josimara Neves
Tudo começou com essa pergunta. Certamente é a primeira de muitas que as
pessoas nos fazem em momentos diferentes de nossas vidas. Pra ser sincera, não
me lembro de perguntarem isso pra mim, mas já cansei de presenciar esse tipo de
questionamento feito às crianças. Como se elas pudessem saber do futuro, como
se só fossem alguém quando crescessem, como se ser criança fosse um
mini-projeto de gente. O mais engraçado é que as respostas são assim: médico,
engenheiro, advogado, professor, artista, jogador de futebol, modelo e por aí
vai. É assim que elas sabem responder, afinal, os adultos têm o péssimo hábito
de falar sem explicar e elas não são mágicas para adivinharem que crescer não é simplesmente, tornar-se
“grande” no tamanho, ficar maior do que a mamãe ou do que o papai.
Como é que elas poderiam saber que crescer é um acontecimento que nos
acompanha a vida inteira?
Como poderiam deduzir que muitas
vezes o tamanho de nossa altura não diz nada sobre o tamanho de nossos sonhos?
Como saberiam que a gente cresce a vida inteira e muitas vezes morre como
se fosse um pigmeu?
Como imaginariam que é impossível crescer em todos os aspectos da vida?
Como descobririam que a grandeza da alma nem sempre corresponde à
grandeza física?
Como pensariam que crescimento embora seja um fato natural da vida é um
processo dolorido?
Como entenderiam que não basta uma profissão para ser grande?
Não, tudo isso é muito complexo até para os adultos, quem dirá para as
crianças. O que me incomoda nesse tipo de questionamento é que, comumente, o
“ser quando crescer” só diz respeito à
profissão ou a algum desejo de ter algo ou visibilidade. Preparamos as
crianças para ser profissionais, mas não nos preocupamos como elas serão como “pessoas.”
A maioria cresce, estuda, se sente cobrada de ter que
escolher por uma profissão, pensa no mercado de trabalho, se culpa, se sente
pressionada a ter que ser “alguém,” porque enquanto não responder aos outros àquela pergunta: “o que você
quer ser quando crescer?” não conseguirá ser “alguém.”
Tristemente eu vejo o mundo cheio de muitos “alguéns” que se formaram em
universidades, fizeram mestrado, doutorado, pós-doutorado e anseiam fazer o
curso que é a sensação do momento, o Top- master: “CESCFDD(Curso Exra-Superior
Com Formação em Deusologia).” Grandes “alguéns” em titulação, mas que por
dentro, são os tais do “Zé-ninguém.”
Cresceram sim, não há de se duvidar! Mas se esqueceram de crescer em
outros aspectos. E agora? Qual é sua pergunta da vez:
Adolescente: o que você quer
ser quando “adultecer?”
Adulto: o que você quer ser
quando envelhecer?
Idoso: o que você conseguiu ser na vida?
Fonte: paperdollsgyn.blogspot.com
Se eu pudesse voltar ao passado (coisa que eu não gostaria), quando era criança, só para alguém me perguntar: “o
que você quer ser quando crescer?”
Acho que hoje eu responderia:
Quero ser feliz...Quero dar conta de suportar as minhas emoções...Quero
chegar à idade adulta e saber que o que define quem eu sou não é a minha
profissão, nem o meu sobrenome, nem o lugar onde eu trabalho, nem o carro que
eu tenho, nem a roupa que eu visto, nem as titulações que eu conquistei, nem os
lugares que eu freqüento, nem as companhias que eu ando. Não quero que me
conheçam por eu ter 1, 64m de altura, calçar 37, ter 29 anos, com RG. MG.111111111111,
CPF 0000000000-22! Não, eu não quero! Quero ter IDENTIDADE e não, RG.
Quando eu crescer eu não quero ser um código de barras nem uma combinação
binária numa linguagem informática. Não quero ter uma memória com potencial de
armazenamento de 1024 gigabytes. Só quero ter lucidez e sanidade suficientes
para eu me lembrar da fisionomia das pessoas que me marcaram, dos
acontecimentos que me tocaram, das vivências que em mim habitam, da saudade
repentina que me faz lembrar dos lugares onde a minha alma deixou pra trás um
sapato, um sorriso, uma pessoa, um sentimento,
sei lá, uma coisa qualquer que anseia em ser resgatada!
Não quero ser um robô que se
mistura com a própria máquina com a qual trabalha. Não quero nada disso!
Fonte: enkaraverdade.blogspot.com
Então, pequena Josi (aqui eu ainda sou criança), o que você quer ser
quando crescer?
Qualquer coisa que me faça sentir que eu ainda sou “alguém!” E, melhor:
“alguém que, apesar de ter crescido pouco na estatura, nunca desistiu de se
tornar uma “gigante” por dentro, mesmo que seja uma “pequenina GIGANTE!”
No restante: o mais, pra mim, é menos!
(...) O tempo passou (...)
Não sou mais criança, parei de crescer na estatura, porém, não deixei de
crescer/ amadurecer emocionalmente e quer saber? Acho que por mais que eu
“seja”, ainda sim, nunca serei toda eu. Acredito que viver é a maior faculdade
que me capacita para “ser”, mas “ser” é um curso que só se finaliza quando esse
“ ser” não mais existe! Viver pra mim às vezes é ilógico: um grande paradoxo
dialético hieroglífico! Vai entender? rsrsrs
Qual é o seu sonho?
PS: usei alguns "neologismos" o que implica que não são palavras escritas de acordo
com a Norma Culta!
Finalizando:
Natural/ crescimento físico: quando a gente cresce
fisicamente e depois estaciona;
Opcional/ maturidade emocional: quando a gente
estaciona no crescimento físico e daí sim, escolhe – verdadeiramente – crescer!
Nesse caso, crescimento = amadurecimento.
Já são 02:20h da manhã, preciso ir, meus queridas e minhas queridas!!!
Beijo da Jô
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