O que dizer de todas essas manifestações que têm ocorrido ultimamente
no Brasil?
O Brasil "acordou?"
Acho que tudo que movimenta
denota “VIDA!” Vejo o ato de lutar como ato de bravura daqueles que, infelizes
com a sociedade posta (os valores que
têm se perdido, as desigualdades, a inflação que aumenta não somente os preços,
mas também, a indignação do povo brasileiro e a consequente revolta oriunda da
desvalorização do ser humano: não somente como profissional, mas sobretudo,
ferindo a dignidade da pessoa humana, tão enfaticamente colocada no texto
constitucional sendo quase que um mandamento ditado pela Carta Magna de nosso
país), clama por mudanças!
O movimento de protesto é
libertário, democrático, histórico!
A indignação é o primeiro passo
para sair da zona de conforto e do marasmo!
A luta coletiva empodera as
pessoas e dá força às massas!
A voz que se junta ao coro dos
revolucionários promove o “Coral da Metamorfose.”
Um povo unido e fortalecido deixa
o governo acuado.
A nação que cobra, luta,
acompanha, fiscaliza e participa é aquela que reconhece o seu verdadeiro lugar
fazendo jus ao exercício de sua própria cidadania.
Sou favorável sim, à voz do povo!
Agora, se o Brasil acordou (como
andam dizendo por aí), eu ainda não sei. E, se por ventura acordou, confesso
que vejo esse despertar como algo positivo no sentido de lutar pelos próprios
direitos, porém, quando vejo pessoas engrossando a massa pelas badernas, pelos
vandalismos: pixando patrimônios históricos, apedrejando ônibus, queimando
lixo, se rebelando para cima dos policiais, focando a sua fúria em direção
antagônica àquela que lhe originou, eu penso que um país que pretende acordar,
de verdade, deveria utilizar armas ideológicas, estratégias embasadas em
representantes que pudessem promover paralisações sim, mas apenas com
argumentos bem fundamentados, inteligentes! Não penso que atos inconsequentes
tragam mudanças tão benéficas, até porque tem muita gente ferida nisso tudo!
Não é destruindo e danificando o patrimônio “público” - que somos nós os
mantenedores- que o povo vai mostrar que mudou, que evoluiu, que cansou de ter
colocado em condições de desrespeito! Não! Se é preciso rebaixar para se sentir
grande ou capaz, penso – no meu modo de ver- que alguma coisa está errada!
Para mim, o povo acorda quando se
torna um sujeito ativo, quando começa a se interessar por questões políticas
não para colocar nas redes sociais comentários falando do país como se não
pertencesse a ele: “ até que enfim, o povo brasileiro acordou!”
O povo? E você: não faz parte
deste povo?
Não é só se recusando a torcer
pelo Brasil na Copa das Confederações que mostrará que está indignado com o
país!
Não é só vaiando a presidenta
Dilma que a mudança, de fato, se instalará!
Não é um grupinho isolado aqui,
outro ali, que tudo se resolverá! Não, se faltar consistência, organização,
conscientização e coerência!
Na minha humilde opinião, não!
Para mim, cada grupo deve eleger
os seus representantes para lutar pelas suas causas: o pessoal da Saúde
cobrando as carências em sua área, os da Educação reivindicando a valorização
remuneratória de sua profissão, as pessoas que atuam na dimensão social sendo
porta-voz dos problemas do povo e assim por diante. De grupos em grupos, o povo
vai se fortalecendo, ganhando força, se impondo!
Sinceramente, para mim, se o povo
acordou com a fúria nas mãos, agindo com vandalismo e violência, entristeço-me
e reconheço ainda mais a importância do ensino, da Educação, do conhecimento e
da assertividade em meio às lutas sociais.
É fácil criticar o povo de
Istambul, países que vivem em conflitos
constantes, povos cuja religião é a base da alienação, pessoas de países cujas
mulheres são vistas como objetos, nações em constantes guerras. Difícil é olhar
para o próprio “umbigo” de nosso país, ver que o “seio” de nossa sociedade não
dá conta de “amamentar” a todos, o “pulmão” brasileiro – a Amazônia- está cada
vez mais deficitário. Falta-nos ar! O ar da liberdade, da autovalorização!
Temos boca, mas não temos vozes!
Temos gritos, mas não formamos um “coro!”
Temos mãos, mas não “edificamos!”
Temos pessoas aglomeradas, mas
não temos “grupos!”
Temos autonomia, mas não somos “livres!”
Temos o Império do Futebol, mas
não somos “IMPERADORES DA EDUCAÇÃO!”
Temos a Democracia, mas não a
utilizamos como ela mereceria! Somos democratas agindo como “anarquistas!”
No fundo, temos tudo (somos um
país privilegiado por riquezas naturais) e não temos nada!
PS: Não quero que pensem
que eu sou contra as manifestações, muito pelo contrário, a causa é nobre, mas
as atitudes e as dimensões tomadas, de fato, não me agradam. Não vou ser “Maquiavélica”
o suficiente para afirmar que “os fins
justificam os meios!”
Para
mim, o verdadeiro protesto só tem
validade se, no final das lutas, ainda for
possível lembrar do motivo pelo qual se estava lutando!
Josimara Neves, 16/06/13
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