Boa tarde, meus leitores favoritos!
O Brasil anda borbulhando ultimamente, são muitas questões em pauta e, entre tantas indagações, a polêmica do que se nomeia por aí de "Cura-Gay!" O que vocês acham disso? Será que após tratarem o homossexualismo como doença também surgirá algum tratamento de "embranquecimento" da população negra? Alguma proposta de enriquecimento dos "miseráveis"? Um tratamento de reversão da personalidade de presidiários? Alguma invenção mágica que torne os políticos em incorruptíveis? Ou será que daqui a algum tempo analfabetismo será considerado "virose epidêmica?"
Bem-vindos à sociedade do "enquadramento!" O que não se aceita, tende-se a "enquadrar!"
Reflitamos!
Josimara Neves
Assista a este vídeo no qual a jornalista detona o escritor de livro sobre cura-gay.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=kLDpvkYljlA
E a sátira em torno do assunto...
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=tdq-oS8bVEI
E a sátira em torno do assunto...
Veja a seguir, uma reportagem - na íntegra - da Revista Caros Amigos - explicitando a polêmica acerca do
Projeto que foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo pastor FelicianoReportagem diretamente deste link:
Da Agência Brasil
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) considera um retrocesso a
aprovação do projeto chamado "cura gay" pela Comissão de Direitos
Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (leia nota oficial abaixo).
Segundo a conselheira do CFP, Cynthia Ciarallo, a resolução fere um
direito já consolidado constitucionamente. O conselho ressalta que, em
1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do
rol de doenças.
"Temos avanços no Judiciário relacionados ao reconhecimento da união
estável, relacionados a possibilidade de adoção, tantos avanços hoje já
colocados. Agora temos um debate que não só compromete uma resolução de
um conselho profissional, mas o próprio debate acerca disso", disse
Cynthia. "Quando avançamos, de repente isso se torna um motivo a mais
para acirrar toda a violência que as pessoas com orientação homossexual
sofrem no país".
Aprovação
O projeto de decreto legislativo (PDC 234/11) foi aprovado nessa
segunda-feira (18) depois de várias tentativas de votação frustradas. O
projeto propõe a suspensão da validade de dois artigos de uma resolução
do Conselho Federal de Psicologia, em vigor desde 1999.
Os artigos dizem que "os psicólogos não exercerão qualquer ação que
favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas" e
que "não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos,
nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos
sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de
qualquer desordem psíquica".
Atendimento
Cynthia esclarece que nenhum profissional está impedido de atender a
homossexuais e nem os homossexuais estão proibidos de procurar serviço
psicológico por se sentirem desconfortáveis com a orientação. "Cabe ao
psicólogo esclarecer e compreender o sofrimento vinculado à natureza de
opção sexual como um processo que é gerado na própria sociedade", diz.
Segundo ela, o sujeito se sente desconfortável porque a própria
sociedade não o aceita e os profissionais estão proibidos de ter
atitudes preconceituosas.
O CFP recebeu o apoio da ministra da Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República, Maria do Rosário. A ministra falou na
segunda-feira (18) durante reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da
Pessoa Humana que o projeto significa uma intervenção nas atribuições
do CFP e que está ciente da responsabilidade de dialogar para que o
texto não seja aprovado de forma terminativa pela Câmara dos Deputados.
Identidade
A ministra disse que a opção sexual não é uma doença, mas "uma
identidade e a liberdade de identidade no Brasil é um direito a ser
preservado".
O texto ainda será analisado pelas comissões de Seguridade Social e
Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (inclusive quanto ao
mérito), antes de seguir para o Plenário. O CFP diz que espera que o
texto não seja aprovado na CCJ e que está conversando com os atores
envolvidos no processo.
Confira abaixo a nota do Conselho Federal de Psicologia.
"O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público manifestar
indignação mediante a aprovação na Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM/CD) do Projeto de Decreto
Legislativo (PDC) nº 234/2011, do deputado João Campos (PSDB-GO), que
visa sustar trechos da Resolução do CFP nº 1/99, que estabelece normas
de atuação para as (os) psicólogas (os) em relação à questão da
orientação sexual. A votação ocorreu nesta terça-feira (18), na CDHM. O
debate foi marcado por uma discussão truculenta e arbitrária, que não
levou em conta os anseios da população dentro da “Casa do Povo”.
O voto foi realizado de maneira simbólica, onde o presidente da
comissão, o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), disse “os
favoráveis permaneçam como estão”. Também não foi observado o quórum
mínimo de parlamentares no momento da votação, que necessitaria de pelo
menos 10 deputados presentes. O pedido de contagem havia sido feito uma
hora antes, propiciando um cenário arbitrário de apreciação do PDC
234/2011.
Com a baixa representatividade de parlamentares durante a sessão, com
no máximo oito deputados presentes durante a votação, foi possível
observar que não havia quantidade suficiente de parlamentares que
legitimassem as decisões da CDHM. O que aconteceu na tarde desta
terça-feira configura um episódio triste para a história brasileira, que
enfraquece a luta pelos Direitos Humanos no Brasil e, consequentemente,
a Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
Vale lembrar que em nenhum momento, durante sua tramitação na CDHM,
foram levados em consideração argumentos contrários à aprovação da
proposta provenientes de diversos parlamentares, a exemplo do deputado
Simplício Araújo (PPS-MA), que por diversas vezes pediu a retirada do
assunto de pauta por considerar a proposta inconstitucional, e optou por
fazer seu voto em separado dos demais. A aprovação do PDC também foi
questionada pelo deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), ao considerar que a
Comissão extrapolou as competências ao legislar e revogar o “poder de
órgãos de classe”.
Os debates dentro da CDHM também deixaram de observar as
manifestações públicas da sociedade civil e de entidades que atuam na
área, a exemplo do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho
Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional da Juventude (Conjuve),
Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos
Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(CNCD/LGBT), e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República (SDH/PR).
As atuações controversas da Comissão que – ao invés de proteger as
minorias, as perseguem – levaram o Comitê Brasileiro de Direitos Humanos
e Política Externa (CBDHPE) a optar, em 22 de abril de 2013, pela
suspensão da CDHM do seu quadro de entidades integrantes. A decisão
também levou em conta o fato da CDHM ter se fechado à participação da
sociedade. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias tornou-se um espaço
de acirramento de disputas, suscetível ao retrocesso de direitos
conquistados pela sociedade junto a deputados verdadeiramente
comprometidos com os direitos humanos.
Parecer elaborado pelo CFP, na defesa de suas atribuições enquanto
autarquia, demonstrou a falta de embasamento dos os argumentos jurídicos
levantados pelo deputado João Campos, ao propor que os dispositivos da
Resolução do CFP se tornem sem efeito, “por não ter caráter
regulamentar, e por isso não podem constar de uma Resolução e sim de uma
Lei”. O documento do Conselho destaca “que a escolha por argumentos
jurídicos, pretensamente em defesa de prerrogativas do Legislativo,
assinalam, tão somente, o meio menos oneroso para evitar o debate de
mérito sobre práticas obscuras e violadoras dos Direitos Humanos que a
Resolução nº 1/99 do CFP, em muito boa hora, tratou de coibir”.
A Resolução do CFP foi elaborada em 22 de março de 1999, após exame
de denúncias sobre a ocorrência de práticas de “tratamento da
homossexualidade” por parte de profissionais da Psicologia e tendo em
conta o consenso vigente na comunidade científica internacional, os
princípios básicos da Constituição Federal e os compromissos mais
elementares em favor dos direitos humanos.
A norma estabelece que psicólogos e psicólogas tenham total liberdade
para o exercício profissional, o que é garantido pelos Conselhos
Regionais e Federal. Isso diz respeito à área que escolhem para
trabalhar, ao suporte teórico que selecionam e a muitas outras dimensões
profissionais, mas ela deve ser regrada pelos princípios éticos da
profissão. A Resolução CFP nº 1/1999 não cerceia o profissional. Sua
função precípua é acolher o sofrimento. Não há dispositivo editado pelo
CFP que impeça o atendimento, tampouco que proíba o profissional de
acolher o sujeito que chega ao consultório, ao hospital, ou a qualquer
outro espaço que se encontre o trabalho da Psicologia. Faz-se ainda
necessário repetir: não se trata de negar a escuta psicológica a alguém
que queira mudar a sua orientação sexual, mas sim, de não admitir ações
de caráter coercitivo e dirigidas pelo preconceito, como quando alguns
psicólogos afirmam que a homossexualidade pode e deve ser “invertida”.
A homossexualidade não constitui doença para carecer de tratamento,
nem distúrbio, tampouco perversão. Nesse sentido, a Psicologia pode e
deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as
questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e
discriminações.
Após aprovação na Comissão de Direitos Humanos, o PDC 234/2011 ainda
passará pela apreciação das comissões de Seguridade Social e Família
(CSSF) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), antes de ir ao
Plenário da Câmara dos Deputados. O CFP vai continuar o movimento
contrário à aprovação do PDC em todas as instâncias onde a proposta
ainda vai passar na Câmara dos Deputados, mobilizando cada vez mais
atores envolvidos com o tema.
A autarquia tem a convicção de que ao final do processo prevalecerá o
respeito à Psicologia enquanto ciência e a profissão, e à decisão da
Organização Mundial de Saúde (OMS), que retirou a homossexualidade do
rol de doenças desde o dia 17 de maio de 1990. Acreditamos no respeito
aos Direitos Humanos e conclamamos os legisladores a participarem deste
amplo esforço na direção da garantia e promoção de direitos, para que a
“Casa do Povo” não seja cenário e palco da violação e do retrocesso."
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