Josimara Neves
Marília Neves
Compartilho aqui, com vocês, o "artigo" publicado na nossa coluna semanal - Psicoletrando - do Jornal do Sudoeste.
Espero que gostem!
Bom domingo!
Espero que gostem!
Bom domingo!
Você pode digitar no Google a palavra “amor”,
e ele, como um bom site de busca, cumprirá com o seu propósito, colocando,
entre outras coisas, o significado na Wikipédia: “Amor, é o nível ou grau de responsabilidade, utilidade e
prazer com que lidamos com as coisas e as pessoas que conhecemos”.
Está errado? Não!
O Google fala de: significados, notícias,
conceitos, entretenimentos, curiosidades, imagens, vídeos e tudo aquilo que,
porventura, alguém já ousou pensar, falar, escrever, registrar. Diz coisas interessantes,
bizarras, engraçadas, meigas, sinistras.
Resolve problemas rapidamente, sacia dúvidas
urgentes, é de fácil acesso. À primeira vista, sabe tudo, contudo se mostra prepotente,
às vezes, pois se digito “ciança”, ele acha que eu quero dizer criança. Mas não
quero. Na verdade, busco criar palavras, inventar “modices”, brincar com a
escrita, não sei por que insiste em achar que sabe o que eu busco. Mal termino
de digitar e lá vem ele intrometendo onde não é chamado.
Outro dia, digitei a letra F, e a primeira opção dada foi:
FACEBOOK! Tudo bem que seja a sensação do momento (até que inventem um tal de
FACECURT), porém a minha intenção era buscar “fui ali num lugar que eu não sei onde.” Quando digitei isso,
descobri uma outra funcionalidade do Google: distorção de sentido.
Eu disse que “fui ali num lugar que eu não sei onde”, e ele entendeu: “fui ali ser feliz e não volto.” Pensou
que fui buscar a felicidade e que não queria voltar. Quem disse isso? Eu só
queria saber se alguém também já havia ido
a esse lugar, nada mais.
Não contente, ele continuou achando que
estava me mostrando o que eu procurava e me apontou a seguinte frase: “Vou ali comprar cigarros e já volto!”
Primeiro, quem foi que disse que eu fumo? E quem foi que falou que se eu fumar,
voltarei ?
Tirando o lado cômico da situação, o fato é
que dar nome aos sentimentos é diferente de senti-los, falar o que é natureza
não dimensiona a sensação de vento no rosto, o frescor das sombras das árvores,
o encantamento de cada flor, em época de primavera!
Dizer que a “felicidade é um estado
durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o
sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o
contentamento até a alegria intensa ou júbilo” é reduzir a palavras o que só se
entende sorrindo.
Pão de queijo no Google não passa de palavra
sem cheiro de queijo.
Sendo assim, não pense que uma “googleada”
vai resolver o seu problema, porque pessoa é pessoa, palavra é palavra e, no
mais, os outros são os outros!
Nem
tudo pode ser encontrado com facilidade. Há conceitos que o dicionário não
traduz; sensações que não descrevemos com palavras; sentimentos que camuflamos;
vontades que reprimimos, afinal, nosso universo é complexo e, nem sempre, é compreendido
apenas com a razão.
Josimara Neves
Marília Neves
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