Pauta de hoje: "um pouco de subjetividade não faz mal a ninguém"
O resgate da solidão poética
By Josimara Neves
By Josimara Neves
Fonte: Google/ imagens
Por muito tempo eu fui uma andarilha da vida trilhando
caminhos incertos, andando em direções contrárias à multidão. Nadei contra a
deriva, recusei-me a boiar na superfície. Divaguei sozinha por falta de uma
companhia que pudesse compreender-me nas minhas viagens insanamente lúdicas,
realisticamente fantásticas!
Perscrutei tantos caminhos que me desviei de qualquer lugar
que me levasse a uma única direção. Temia a mesmice! Entediava-me a ideia de
linha reta: sem tropeços, sem curvas, sem atropelos, sem surpresas, sem desafios,
sem o encantamento da dúvida escondida atrás das incertezas.
Foram as incertezas que me modelaram tal como a argila a uma
obra de arte! Fui c-u-i-d-a-d-o-s-a-m-e-n-t-e modelada! Hoje eu sei que foram
os dedos da vida que me apertaram e me esculpiram. Não me sinto pronta, acho
que sou uma eterna obra de arte inacabada! A inconclusão desperta interesse, suscita
dúvidas, atiça a imaginação, atormenta os neurônios e causa desassossego à alma
– por mais adormecida que esteja!
Acho que eu gosto disto: de bagunçar o que estava
organizado,mexer no que estava quieto, abrilhantar a escuridão, tirar da zona
de conforto tudo aquilo que transforma a alma em paralítica: incapaz de se
mover!
Não sei se andei para eu me encontrar...
Não sei se me perdi para forçar-me a andar...
Não sei se andei perdida!
Não sei se perdida andei!
Não sei se me encontrei perdida!
Não sei se perdi e aí eu me encontrei!
E o que eu sei?
Ah, o que eu sei quase ninguém sabe! O que eu sei não me
pertence, mas eu escondo! Não é um segredo, nem um mistério e nem um enigma!
Escondo porque sei que quando descoberto deixará de existir! Talvez por isso
que o silêncio tenha batido à minha porta como o frio que tem feito de minhas emoções, invernais!
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