“O âmago do espírito humano pede
novas experiências.”
Josimara Neves
Muitas pessoas temem sair
da comodidade de suas casas, da zona de conforto da própria vida só porque pensam
que lá fora, no mundo extracasa, a “natureza é selvagem.” Mal sabem elas que a
vida em si é uma natureza selvagem onde a todo instante nos deparamos com
armadilhas que constituem os empecilhos enfrentados durante a nossa jornada
terrena. Deparamo-nos constantemente com “cobras humanas:” peçonhentas,
traiçoeiras prontas para nos pegar desprevenidos e indefesos visando dar o “bote,”
o golpe. Encontramos animais grandes que, pelo tamanho e pela presença, nos
assustam, porém, só são grandes e nada mais. Muitas vezes subestimamos pessoas
só porque aparentemente são pequenas, ingênuas e indefesas, porém, assim como
insetos minúsculos, muitas são capazes de matar em decorrência de uma simples
picada que, metaforicamente, no mundo humano pode ser o poder que a língua
exerce em forma de calúnias, difamações, fofocas e palavras proferidas com a
intenção de ferir intimamente a honra e paz.
No mundo selvagem, o leão
é o rei da floresta. E eu me pergunto: por que será? Não é difícil responder,
afinal, na natureza selvagem assim como na natureza hominal, ninguém se torna “’REI”
se não se impuser a priori com a presença. O leão tem presença de palco,
mostra-se dono de si, é capaz de se impor apenas com a presença, mesmo sem
emitir um ruído sequer. A sua imponência, acompanhada da presença intimadora, naturalmente
o transforma em líder dos animais e, mesmo que não fosse “coroado” rei, é fato
de que a sua conduta já o faria exercer tal reinado indiretamente.
Na vida humana também é
assim que funciona: pessoas se tornam líderes quando possuem presença singular,
quando conseguem emitir através da postura algum conteúdo capaz de despertar
olhares, chamar a atenção. Quando se mostram como são antes mesmo que os outros
digam como devem ser. Quando falam por todos já que nem conseguem se expressar. Quando desafiam os
perigos da selva na medida em que eles surgem não sofrendo por antecipação:
“O elefante é maior do
que eu, logo, ele irá me destruir.”
“ O guepardo é mais veloz
então eu nunca chegarei primeiro.”
“ O tardigrada é mais resistente sendo assim,
jamais conseguirei sobreviver por tanto tempo como ele.” (http://www.animale.me/tardigrada-esse-e-o-animal-mais-resistente-do-mundo/)
“O falcão tem asas e é extremamente veloz o
que quer dizer que eu- nem sonhando- conseguirei chegar antes que ele.”
Na natureza selvagem
hominal, “leão” não é quem nasce “leão”,
mas sim, quem se transforma em tal condição para enfrentar os perigos e as
armadilhas que a floresta chamada “VIDA” revela constantemente. No mundo animal,
eu não sei qual você seria, o que sei é que, certamente, no seu reino você já
assume funções e comportamentos que marcam a sua presença. Tenha a certeza de
que jamais se transformará em leão se tiver os pensamentos supracitados.
Leão, no mundo dos homens
– míseras criaturas que se julgam superiores por serem “racionais”- é aquele
que se recusa a se dar por derrotado, ao invés disso, luta até o fim. É o que
pensa:
“o elefante pode até ser
grande, mas ele é lento, então eu tenho chance de conseguir vencê-lo.”
“ o guepardo pode até ser
mais veloz, mas se no dia ele tropeçar e
se machucar? E se acontecer alguma coisa que o impeça de ser tão veloz quanto
costuma ser?”
“ O tardigrada pode até ser um animal muito
resistente, mas é minúsculo, vive em ambientes úmidos e tem pouca visibilidade,
além do mais, pra que viver tanto tempo assim? Entre hibernar eternamente e viver
pouco com intensidade, é melhor viver!”
“ o falcão pode até ter
asas e ser rápido, mas pode ser que aconteça um vento forte e dificulte o seu voo.
Pode ser que aconteça alguma coisa, naquele dia, que crie obstáculos para o seu
voo rápido.”
Por fim, pessoas leoninas
são aquelas que se recusam a ficar “esquentando o rabo” (terminologia usada no
filme “Na natureza selvagem”) no sofá de suas casas, assistindo a caçada humana
de um jovem checheno terrorista, reproduzindo aquele típico jargão:
“___ É, estamos no fim do
mundo mesmo!”
Certamente o fim já
chegou para quem deixou de se desafiar, para quem se aterroriza com o
terrorismo no mundo não percebendo que se autoterroriza quando só consegue
enxergar terror na vida!
Ser leão no mundo dos
homens é só para quem, de fato, reconhece a sua própria natureza selvagem e
instintiva. E, ao invés de esperar ser devorado, começa a reagir, mesmo que a
única reação no momento seja a de “fugir”. Muitas vezes, fugir é atitude de
quem se recusa a viver na mesmice de cada dia. Só foge do perigo quem ainda ama
a vida a ponto de não entregá-la a qualquer onça faminta que apareça por aí. Pense
nisso ou vai querer que o tempo passe, você envelheça e um jovem ousado chegue
lhe dizendo:
“Olha você aí, um velho teimoso
esquentando o rabo.”
“O âmago do espírito humano pede
novas experiências.”
Há quem diga que viver é matar um leão por dia, acho que o fardo da vida diminui quando a gente mesmo se transforma em leão , pois assim, qualquer problema passa a ser pequeno diante de nossa força, coragem e astúcia.
Bom domingo, leões e leoas!
Beijo da Jô
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