domingo, 8 de junho de 2014

Coisas que o Google não diz...


                                                                     
                                                Josimara Neves
                                                   Marília Neves

Compartilho aqui, com vocês, o "artigo" publicado na nossa coluna semanal - Psicoletrando - do Jornal do Sudoeste
Espero que gostem! 
Bom domingo! 
 

Você pode digitar no Google a palavra “amor”, e ele, como um bom site de busca, cumprirá com o seu propósito, colocando, entre outras coisas, o significado na Wikipédia: Amor, é o nível ou grau de responsabilidade, utilidade e prazer com que lidamos com as coisas e as pessoas que conhecemos”.
Está errado? Não!
O Google fala de: significados, notícias, conceitos, entretenimentos, curiosidades, imagens, vídeos e tudo aquilo que, porventura, alguém já ousou pensar, falar, escrever, registrar. Diz coisas interessantes, bizarras, engraçadas, meigas, sinistras.
Resolve problemas rapidamente, sacia dúvidas urgentes, é de fácil acesso. À primeira vista, sabe tudo, contudo se mostra prepotente, às vezes, pois se digito “ciança”, ele acha que eu quero dizer criança. Mas não quero. Na verdade, busco criar palavras, inventar “modices”, brincar com a escrita, não sei por que insiste em achar que sabe o que eu busco. Mal termino de digitar e lá vem ele intrometendo onde não é chamado.
Outro dia, digitei a letra F, e a primeira opção dada foi: FACEBOOK! Tudo bem que seja a sensação do momento (até que inventem um tal de FACECURT), porém a minha intenção era buscar “fui ali num lugar que eu não sei onde.” Quando digitei isso, descobri uma outra funcionalidade do Google: distorção de sentido.
Eu disse que “fui ali num lugar que eu não sei onde”, e ele entendeu: “fui ali ser feliz e não volto.” Pensou que fui buscar a felicidade e que não queria voltar. Quem disse isso? Eu só queria saber se alguém também já  havia ido a esse lugar, nada mais.
Não contente, ele continuou achando que estava me mostrando o que eu procurava e me apontou a seguinte frase: “Vou ali comprar cigarros e já volto!” Primeiro, quem foi que disse que eu fumo? E quem foi que falou que se eu fumar, voltarei ?
Tirando o lado cômico da situação, o fato é que dar nome aos sentimentos é diferente de senti-los, falar o que é natureza não dimensiona a sensação de vento no rosto, o frescor das sombras das árvores, o encantamento de cada flor, em época de primavera!
Dizer que a “felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo” é reduzir a palavras o que só se entende sorrindo.
Pão de queijo no Google não passa de palavra sem cheiro de queijo.
Sendo assim, não pense que uma “googleada” vai resolver o seu problema, porque pessoa é pessoa, palavra é palavra e, no mais, os outros são os outros!



Nem tudo pode ser encontrado com facilidade. Há conceitos que o dicionário não traduz; sensações que não descrevemos com palavras; sentimentos que camuflamos; vontades que reprimimos, afinal, nosso universo é complexo e, nem sempre, é compreendido apenas com a razão.

Josimara Neves
Marília Neves


segunda-feira, 2 de junho de 2014


Na calada da noite...
Josimara Neves

 



Seria mais fácil compor versos decassílabos numa versão “camoniana” de ser, tentar fazer rimas ricas e concordâncias bizarras. Gastar todo o repertório, usar palavras eruditas e fazer conjugações complexas. Desenterrar vocábulos  em desuso, citar autores e pensadores que hoje sucumbem na tumba existencial. Pensando bem, acho que seria mais fácil eu tentar me adequar às padronizações vigentes, aos modelos estipulados pela sociedade, a tudo aquilo que a sociedade dita como “belo”, “certo”, “perfeito!”
Não sei, acho que qualquer coisa, por mais difícil e inconcebível, nesse momento, me parece mais fácil do que tentar transpor as barreiras que você traz no peito. Não sei se são escudos, espinhos! Não sei se está totalmente protegido por couraças que impedem o seu ego de dar o poder que você não pode ter, por correr o risco de achar que é “Deus!”
Não sei, talvez as suas mentiras me soem como verdade. Não sei! Será que é tudo verdade e eu, com uma típica insegurança – nascida na tenra infância – preciso acreditar que é mentira?
Às vezes, penso que o tempo que perco pensando em entender, é em vão! Não sei, se é “tempo perdido”, afinal, ouvindo Renato Russo, um mantra martela na minha mente divagante, dizendo-me tal como um sino desgovernado:
“___Não tenho mais o tempo que passou!”        
E perder  (o) tempo, tão avultado nos dias de hoje, assim como sempre foi, é uma  prodigalidade! Mas, pior do que malbaratá-lo, é sentir que junto com o tempo perdido, o tempo não gasto com as vivências que eu queria construir ao seu lado, me dói ainda mais.
Presa em pensamentos confusos e difusos, em madrugadas mal dormidas, reflexões- das mais diversas – surgem:


“Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?”


Não sei!

              A noite se foi...
                                   O dia se faz presente...
                                                                    Repostas? Não as tenho!

                                                                                Mas, a canção continua:

“Nos perderemos entre monstros
Da nossa própria criação
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão.”


Fui-me, antes que a escuridão da noite escureça o dia, que já amanheceu!
E quanto a você?
Continuo sem entender...




 

 

domingo, 27 de abril de 2014

Minha visão poético-mineira



Novas percepções


 Josimara Neves


Trilhando novos rumos na estrada da vida eu prossigo. Deixei para trás muitas lembranças, agora começa uma nova etapa de construção. Sei que toda mudança, por mais que tenha sido esperada, desejada e programada, causa ansiedade, ativa alguns medos que até então estavam escondidos, gera expectativas e suscita incertezas diante do novo que se apresenta. Em meio aos medos ocultos existe uma mágica inenarrável que envolve o despertar para a vida, para vivências novas, para a descoberta de mundos paralelos àquele em que estava habituada a viver.

Tenho descoberto que por mais que as pessoas digam como são as coisas, é necessário vivê-las para se ter a própria opinião. Nada se repete só porque já aconteceu algum dia com alguém. Toda história é única, cada vivência é singular e peculiar a quem a vivencia. Milhões de pessoas habitam um mesmo território, mas nenhuma delas tem as percepções idênticas, análogas sim, idênticas não!

Agora eu me encontro em um cenário cosmopolita, cujo céu cinzento denuncia a áurea da cidade – industrializada e sem tempo para “respirar”. Caótico para alguns, fascinante para outros, assustador para um tanto de gente e instigante para aqueles que se identificam com a correria, com o barulho e com a orquestra diária do trânsito marcado por buzinas, sirenes e todo tipo de ruído que impede o canto de um pássaro de se tornar audível a qualquer ouvido sensível a uma boa sinfonia da natureza.

Poluição de todas as espécies, desde a visual ao excesso de informação vindo de todos os lados, com todas as frequências, estímulos e intensidade possível. A impressão que eu tenho é que aqui – em São Paulo - tudo é grande, cumprido, largo, extenso, alto, longe!  

Sinto que as minhas percepções, como mineira, mudaram. Qualquer distância que eu tenha percorrido em Minas, por maior que tenha sido, se torna pequena perto de três quarteirões que eu ande aqui em São Paulo. Sim, as minhas percepções mudaram! A distância é algo mensurável: 1km mineiro é igual a 1km paulista, o que mudou foi a pessoa que percorre esse trajeto. Sim! Eu mudei!

No começo, quando eu cheguei aqui, só fixava o olhar nos semáforos: minha vida em verde-vermelho! Sentia-me como a água escorrendo pela correnteza: só seguia o fluxo. Sabia que estava cercada de pessoas por todos os lados, mas para mim eram fantoches sem identidade, sem fisionomia, sem expressão! Todo mundo era um só, sem distinção!

Hoje, a mineira que sempre existiu em mim, voltou a olhar o mesmo cenário com os olhos purpurinados, herdados de minha mãe. Essa semana o mesmo trajeto passou a ser poético, enxerguei mais do que as luzes dos semáforos, vi luzes ao redor de mim e, sobretudo, em meus olhos.

Consegui enxergar uma árvore tão lindamente florida no percurso que eu faço diariamente que não sei se ela já estava ali, se nasceu naquele dia, se ela era invisível para os outros e visível só para mim, se ela floriu naquele exato momento. Só de pensar que ela poderia ser uma “árvore imaginária” já me senti feliz por ter percebido que a Josimara “viajante” estava de volta.

Enxerguei rostos e expressões. Senti vontade de sorrir para as pessoas apressadas, de dizer “bom dia” para os velhinhos fofos e corajosos que escolheram a cidade de São Paulo para envelhecer. Desejei sentar no passeio (quer dizer, calçada, porque passeio é só em Minas) e escrever a poesia que  me vinha à mente. Cheguei ao trabalho querendo chorar de alegria por estar sentindo que a poesia ainda prevalece em mim: um misto de euforia interna e de contentamento existencial tomou conta do meu íntimo, eu não me cabia em mim – pleonasticamente falando!

E depois de ter escrito esse tanto de informações desconectas eu só quero concluir dizendo:

Sempre terá alguém que vai dizer que a grama é mais ou menos verde do que parece ou do que ela é em si;

Sempre terá uma pessoa querendo antecipar algo aparentemente previsível, mas que - de fato – não é nada certo que acontecerá;

Sempre terá um indivíduo se escondendo por trás de um sujeito oculto ou indeterminado só para poder dizer um tanto de besteira sem ter que assumir que é ele quem diz;

Sempre terá uma pessoa negativista que aparecerá na sua vida fazendo previsões “nostradâmicas”;

Sempre terá alguém que terceiriza sofrimento e tentará, a todo custo, transmiti-lo a você como se fosse um vírus;

Sempre terá alguém que tentará lhe mostrar apenas o lado assustador da situação, reforçar que o copo está “vazio” e não cheio;

Sempre terá alguém sanguessuga que cruzará o seu destino sugando as suas energias, enchendo-lhe de perguntas curiosas, fazendo-lhe perguntas sem, contudo, acrescentar nada de bom na sua vida;

Sempre terá uma pessoa colocando minhocas na sua cabeça e caso você dê ouvidos, elas se tornarão cobras venenosas.

O importante é ter a coragem de deixar de lado a visão míope de pessoas que se acostumaram a ver a vida como uma linha reta, previsível e imutável. Viva! Tire as suas próprias conclusões e, o essencial, tenha você a sua própria opinião sobre aquilo que vivencia ou quer vivenciar! Nunca deixe que as projeções e os traumas alheios o/a impeçam de ir além!







sábado, 12 de abril de 2014

Quando a arte fala ao coração!


A arte é algo que sensibiliza mesmo aquele que não entende nada sobre ela. E tudo isso porque a expressão da arte só faz sentido se consegue tocar almas, acalentar corações, causar arrepios, suscitar emoções, despertar sentimentos e sensibilizar pessoas. Desejo que todo artista consiga - antes de morrer - ver ao menos uma pessoa que seja, emocionar-se com o seu trabalho. Já vai ter valido a pena! 

Espero que tenham gostado dos vídeos! 
Beijos no coração de sua alma!
Josi