sábado, 19 de outubro de 2013

Os olhos são os mesmos, mas o olhar....


Tudo muda!
Josimara Neves



Não sei  se o céu muda de cor... Se o arco-íris se torna maior com o tempo ou mesmo se aquilo que antes parecia grande passa a ser pequeno, e o que era pequeno, de repente se torna tão grande.

Não sei se são as coisas que mudam de tamanho, de dimensão, de cor, de sentido ou se é o tempo que muda e me muda também .  Ou se sou eu que mudo e mudo o tempo, as coisas, as pessoas, os sentidos e as cores.
Não sei se são as horas que passam ou se sou que ganho em tempo quando as horas passam.
Não sei se muitas coisas perdem a razão de ser ou se sou eu que não dou mais importância a elas.

Não sei se passei a dar importância às coisas desinteressantes ou se foram elas que se tornaram interessantes pra mim.
Não sei se o ritmo é devagar ou se sou que tenho pressa!
Não sei se a multidão está caminhando na direção certa ou se sou eu que ando na contramão.
Não sei se o meu corpo é jovem demais para a minh’alma envelhecida ou se ela é velha demais para habitar um corpo juvenil.

Não sei se a minha mente é muito contemporânea para se adequar ao meu coração senil ou se o meu coração é que anda ultrapassado para poder acompanhar a minha mente moderna.
Não sei se os gostos mudam ou se fui que mudei... Aquelas fotos, aquelas roupas, aqueles sapatos, aqueles desejos já não existem mais, assim como aquela que vestiu tais roupas, que usou tais sapatos, que tirou aquelas fotos, que tinha aqueles desejos...
Hoje “aquela” é “esta” que sou: sem tudo “aquilo”, mas com um tanto de “isso!”

Aprendi - com o tempo – o que Heráclito de Éfeso quis dizer quando pensou: ninguém banha-se duas vezes no mesmo rio. “Segundo ele, ninguém na segunda vez, nem a pessoa nem o rio serão os mesmos. As águas passam, a pessoa muda e, ao banhar-se novamente no mesmo rio, trata-se de uma outra pessoa em novas águas. Há sobrevivências e renovações sempre que definem nossa realidade. Nada é para sempre e tudo se transforma.” (Autor desconhecido)

Aprendi que somos como as águas dos rios: seguimos o nosso fluxo natural e não há como fugir disso! Seguimos o nosso trajeto e na medida em que caminhamos: caímos e levantamos, tropeçamos e continuamos, nos perdemos e nos encontramos. E, no final, nada nem ninguém permanece do jeito que já foi um dia: tudo muda! 

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