A vida e os seus porquês...
Josimara Neves
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Fonte: www.jumentrix.com.br
Por que os corações costumam
andar na contramão: enquanto um vai o outro vem?
Por que muitas vezes justamente
quando nos perdemos é que nos encontramos?
Por que olhar para dentro é mais
difícil do que olhar para fora?
Por que evitamos olhar quando
sabemos o que iremos ver?
Por que o que atinge a alma dói mais
do que aquilo que afeta o corpo?
Por que aprendemos mais diante
das dificuldades do que frente à zona de conforto?
Por que o que vem dos outros
continuam a nos afetar?
Por que as dúvidas não cessam?
Por que esperar por um milagre se
não acredita em si mesmo?
Por que continuar a caminhada se
não se muda de rumo e nem de estratégias
quando é necessário?
Por que insistir numa ideia fixa
que já deu indícios de que não irá pra frente?
Por que se apegar em detalhes se
o que faz diferença muitas vezes passa despercebido aos olhos?
Por que depositar no outro a incumbência
de lhe fazer feliz só pelo bel prazer de ter a quem culpar quando se deparar
com a frustração?
Por que gastar energia com o que
lhe consome?
Por que deixar que a culpa transforme-me
em algo que o/a corrói aos poucos por dentro?
De fato, engana-se quem pensa que
a “fase do porquê” acontece somente
na infância. Durante toda a vida nos
deparamos com várias incógnitas, interrogações que não terminam,
questionamentos que martelam incansavelmente
na mente de forma obsessiva. E assim, os porquês gritam por respostas,
clamam por resoluções, desejam uma pausa nem que seja uma vírgula para poder
respirar ou um ponto final para dar um desfecho em tudo aquilo que se encontra
em aberto e mal resolvido.
É importante que saiba que as
respostas, muitas vezes, surgem de onde menos esperamos:
Às vezes, elas aparecem em forma
de sinais que cabe a cada um decodificar.
Às vezes, elas simplesmente saem
da boca de outras pessoas.
Às vezes, elas se encontram ali,
bem ao alcance dos olhos.
Às vezes, elas simplesmente vêm
em forma de silêncio.
Às vezes, elas acontecem quando
recebemos um “não” em forma de resposta.
Enfim, as respostas, acreditem, sempre
chegam até nós, mas quase sempre não estamos preparados para recebê-las ou
mesmo, compreendê-las e aceitá-las. Ao longo da minha vida eu tenho percebido
que obter uma resposta, mesmo que não seja a esperada, é melhor do que não ter
resposta, pois a partir daí é possível elaborar as emoções e continuar a vida.
Certa vez eu ouvi um professor contar
a seguinte história:
Um cliente foi procurar o
advogado desesperado:
__ Doutor, eu preciso da
sua ajuda. Demorei anos para juntar dinheiro e comprar a casa dos meus sonhos.
Há pouco tempo que eu havia me mudado, a piscina deu um defeito e iria ficar em
mais de R$10.000,00. Também deu um problema no encanamento do banheiro. Estou
disposto a consertar tudo, afinal, eu sempre sonhei em ter uma casa desta.
Acontece que certo dia, apertaram a
campainha da minha casa e quando fui atender eu me deparei com uma mulher que
me disse que a casa era dela e me mostrou a documentação. Fiquei pasmo, afinal,
eu também tinha a documentação constando que a casa era minha. Ela me disse que
eu deveria ter sido vítima de um golpe. Então, Doutor! O senhor pode me ajudar
a resolver este problema?
__ Fique tranquilo, eu vou
resolver este problema!
Como todos sabem, muitas
vezes os processos judiciais demoram anos para serem resolvidos e neste caso
não foi diferente. E enquanto os anos se passavam, o “proprietário” da casa se
perguntava:
__ Mas será? A casa é ou
não é minha?
(E assim, se questionou por muitos anos, até
que foi provado, mediante as vias judiciais, que a casa dos sonhos que ele
havia comprado, de fato, não era sua). Ele ficou perturbado de tudo e foi
agressivamente conversar com o advogado:
__ Doutor, o senhor me
disse que resolveria o meu problema! Mas não resolveu nada! Falou isso e foi
deselegante e ofensivo com o mesmo que lhe respondeu.
__ Eu disse que resolveria
sim o seu problema e resolvi.
__ Como que resolveu se eu
perdi a minha casa?
__ Resolvi sim, pois agora
você sabe que esta casa não é sua e não vai mais ter que viver na dúvida. A
casa não é sua! Junte dinheiro novamente e eu tenho certeza de que em pouco
tempo você fará a casa dos seus sonhos e ainda vai me chamar para um churrasco
na sua casa.
O tempo passou e foi
exatamente isso que aconteceu. O homem o convidou para um churrasco, feliz da
vida, aproveitando a oportunidade para se desculpar com o advogado que, de
fato, havia resolvido o problema: não como ele desejaria, mas como tinha que
ser.
Moral da história: quando somos surpreendidos com respostas
que contrariam a nossa vontade é importante que reflitamos e depois coloquemos
em prática novos planos para seguir a trajetória da vida sem nos remoermos no
passado.