Castelo, segurança e vendaval!
Josimara Neves
Pela primeira vez, eu sinto que estou construindo um castelo de cimento e tijolo.
Agora, o vento já não me assusta mais. Pode ventar, estou preparada para o vendaval!
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Hoje eu sei que os castelos, por mais belos que sejam, só se sustentam quando construídos com bases sólidas e seguras. Muitas pessoas pensam que tais bases constituem a "racionalização" e, com isso, ao invés de construírem "castelos", cercam-se de paredes sem expressão, de gaiolas que limitam o voo da imaginação, de "prisões" que enclausuram sentimentos e emoções.
Enganam-se àqueles que, para manter o controle da vida, se utilizam da rigidez e da "inflexibilidade" diante dos sonhos e das fantasias. Esses, jamais saberão como é habitar no Castelo Interior, no Bosque do Encantamento, no Paraíso dos Sonhos, no Oásis misterioso - em meio ao Deserto da Insensibilidade Humana.
Sem os meus castelos, eu não teria aprendido a "castelar."
Eu não saberia o que é sonhar...
Eu não conheceria o amor...
Eu não vislumbraria de tanta magia...
Eu não teria tirado os meus pés do chão!
Hoje, a maturidade virou "argamassa" para o meu coração. Já não sinto mais necessidade de construir "castelos de areia" que pairam sobre o ar, sem base e sem fundamento.
Os meus castelos, agora, são tão firmes e reais. A vida ganhou uma dimensão de segurança e firmeza, tal como as árvores se sentem, ancoradas por suas raízes.
O vento, suave ou tempestivo, vem me "ventar!"
E eu, dentro do meu "castelo de areia", "ventilo", "ventaneio!"
Juntos: o vento, o castelo de areia e eu, ventamos!
No sopro do vento eu ouço, dentro de mim, um assovio da alma!
No toque do vento, uma cosquinha que faz sorrir a "alma" do meu coração!
E tudo isso porque eu insisto em levar , comigo, os meus castelos!